domingo, 4 de julho de 2021

SEGREDOS INAUDITOS DE UM BOTAFOGUENSE


O neto nutre uma admiração excessiva ao Clube de Regatas do Flamengo do Rio de Janeiro.


Tinha de tudo para seguir tradição do avô, que é torcedor apaixonado pelo "Fogão", mas preferiu seguir os conselhos da avó, que já tinha feito esse "trabalho de convencimento" com os outros dois filhos do casal nas trincheiras da guerra apaixonante do futebol.


O que esse menino já fez de sacrifícios, com a companhia e apoio do pai para ver esse time jogar, é material para escrever um belo livro de aventuras; e o neto tem apenas 20 anos - sem mais oportunidade de mudar a paixão !


No final da Taça Libertadores em 2019, antes da pandemia, saiu de Cuiabá com seu pai e dois amigos, numa aventura à bordo de aviãozinho bimotor, para assistir a final em Lima no Peru.


Foram seis horas de desconforto total até atravessar a Cordilheira dos Andes.


Chegaram às vésperas do dia do jogo e retornaram após a partida, com o fuso horário ajudando-os muito na programação.


Estádio superlotado, calor insuportável, enfrentando ainda a falta de água potável para beber. Um horror!


Ainda bem que observou um milagre. O Flamengo ganhou nos últimos minutos. Um alento para minorar tantos sacrifícios ofertados para um time de jogadores milionários.


A volta foi repetição do cansaço da empreitada da ida.


Semana passada, esse time do “Ninho do Urubu”, como também é conhecido o time do coração de muitos brasileiros, veio jogar aqui em Cuiabá contra o time da casa, estreante nesse grupo do Campeonato Brasileiro.


Em razão de medidas de segurança para controlar a pandemia, a CBF proíbe a presença de público nas partidas de futebol - o que é uma tristeza para os espetáculos .


O jovem "incutiu" que precisava assistir ao jogo lá, presencialmente, conforme diz-se na atualidade. Lutou muito, e não se sabe como conseguiu adentrar no estádio.


Foi orientado pelo milagroso funcionário da Arena Pantanal a chegar quatro horas antes do início da partida de futebol.


Conforme orientação, nesse horário aportou com o carro na garagem, sendo orientado pelo segurança que o aguardava.


Foi então conduzido por um dos elevadores do estádio até uma sala no segundo andar, onde ficou para presenciar o jogo.


A sala possuía um banheiro pequeno e se comunicava com o campo de futebol por um vidro escuro, o que dificultava bastante a visão.


Assistiu a um joguinho de várzea, com direito a beber água de garrafa, comer um salgado de frango e uma bananinha que trouxe de casa.


Antes do apito final deixou a sala escurecida em direção ao elevador, seguindo até o estacionamento.


Essa foi à última crise de fanatismo do jovem que, abandonando tal paixão exagerada e passando à se comportar como pessoa “normal”, teria desistido da vida de torcedor em razão do fraquíssimo espetáculo que assistiu.


Gabriel Novis Neves

03-07-2021

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