quinta-feira, 8 de julho de 2021

PRIMEIRA COMUNHÃO


De família religiosa, nasci em uma cidade de muitas igrejas.


Matriculado na Escola Modelo Barão de Melgaço para alfabetização, minha primeira professora também dava aulas de catecismo na velha Catedral.


Nessa ocasião comecei a frequentar também, após a missa das nove horas de domingo, as aulas, para turma de meninos e meninas, de preparação para a primeira comunhão.


No dia 8 de dezembro de 1.942, estava apto a receber a Eucaristia.


Minha professora de catecismo avisou que no dia anterior teríamos que nos confessar.


À tardinha fui para a Catedral contar meus pecados ao pároco.


A tudo a professora orientava. Após minha confissão disse para que fosse para casa, jantasse e ficasse em jejum até o dia seguinte na hora da missa.


Ainda me alertou para ter cuidado e não pecar por pensamentos, palavras e obras.


Ao chegar em casa, falei com minha mãe que havia confessado mas não me lembrei de dizer ao padre um só pecado.


Ela me aconselhou a voltar à igreja e falar para minha professora o que tinha ocorrido comigo.


Morava a poucos metros da Catedral, saí de casa em desabalada corrida e logo me encontrei com a catequista.


Com ar maternal, perguntou-me o que havia ocorrido.


Relatei que tinha esquecido de dizer ao padre um pecado.


Imediatamente ela me perguntou, qual foi?


Respondi com convicção: às vezes tenho preguiça!


Tinha aprendido nas aulas de religião que preguiça era um dos sete pecados veniais.


Com um ar tranquilo, ela me acalmou dizendo que não precisava mais uma segunda confissão com o padre.


Mandou que me ajoelhasse e rezasse três Ave-Marias!


Voltei para casa e contei tudo a minha mãe. Ela me preparou para o leve jantar e me avisou ter cuidado ao acordar para não tomar água.


No outro dia, todo vestido com um terno branco de calças curtas, com camisa, meias e sapatos da mesma cor, recebi,  cercado de familiares, a Primeira Eucaristia.


Fui almoçar na casa do meu avô materno, que era devoto por herança familiar da Imaculada Conceição.


No retorno para casa, ao passar na porta do "Photo Mitú", mamãe quis registrar esse momento único da minha vida em um retrato.


Finalmente, retornei à casa para um leve descanso, pois à noite haveria Procissão.


Consegui ter Deus no coração!


Gabriel Novis Neves

14-06-2021

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