Acho
que tudo em excesso faz mal à nossa saúde.
No
caso específico de altas temperaturas, como as de Cuiabá, o sofrimento é
intenso e generalizado.
Há
tempos os cientistas vêm alertando aos nossos governantes para o aquecimento do
nosso planeta Terra, porém, em vão.
O
meio ambiente continua sendo violentado em nome do progresso.
O
velho é mais sensível às elevações térmicas, e se mostram prostrados e muito
mais sujeitos às crises hipertensivas, ataques cardíacos e desidratações
súbitas.
Aqueles
um pouco mais abastados investem em aparelhos de ar condicionado, arcando com
as contas exorbitantes da empresa fornecedora de energia elétrica.
Sair
à rua para um papo com amigos é proibitivo. A solução é permanecer o maior
tempo possível em ambientes refrigerados e com um mínimo de desgaste
energético.
Todos
os nossos desejos parecem inibidos com esse verão-primavera, e a inércia é a
grande aliada nesses momentos, principalmente no caso de idosos.
O
desânimo produz o embotamento das funções cerebrais para atos prazerosos como
ler, escrever, enfim, para atividades criativas em geral.
A
leitura de um bom livro fica inviabilizada pela moratória cerebral.
As
notícias televisivas sempre repetitivas e, principalmente, desconcertantes, nos
enchem de tédio e de revolta.
Ministros
fritados, as investigações sem fim da Polícia Federal e do Ministério Público e
a crise financeira cada vez maior, são motivos de desalento.
Agora,
para completar o nosso desespero, a implantação do governo paralelo e a
barbárie terrorista em Paris, com mais de cem mortos e mais de trezentos
feridos.
Realmente
o clima não está saudável para os velhos, agravado pela crise financeira política
e ética que nos assola.
Isso
sem falar no terrorismo internacional que a todos afeta.
Como
bem diz a Marina Silva, estamos sendo governados pelos marqueteiros que
ganharam as eleições, empurrando ladeira abaixo o esforço do trabalhador
brasileiro.
Marqueteiro
ganha eleição, mas, quem governa uma nação é um conjunto de cidadãos
comprometidos com o bem público, e não, focados em interesses pessoais acima de
tudo.
Precisamos
de um entendimento entre pessoas para sair da crise em que fomos mergulhados.
E
o calor causticante continua tirando o nosso bom humor genético.
Neste
momento, uma chuva refrescante, não só de água, mas também de entendimento,
faria muito bem, não somente a nós idosos, mas, principalmente, ao país como um
todo.
Gabriel
Novis Neves
19-11-2015
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