A
intolerância de parte do mundo rotulada de Estado Islâmico não consegue digerir
os padrões de liberdade de um dos mais desenvolvidos países da Europa.
A
França, o país mais laico do mundo, com a sua imensa liberdade de expressão, de
opções sexuais e religiosas, da miscigenação presente entre as várias etnias,
tem no momento a sua soberania atacada por fanáticos religiosos. Já causaram a
morte de 129 pessoas e mais de 300 feridos.
Pelas
mais diversas causas esse fanatismo vem crescendo e ameaçando, não só a Europa,
mas todos os países que tentam conviver com políticas laicas.
Incrível
como esses assassinos tentam destruir toda uma sociedade que tenta conviver com
a alegria, o prazer e a ausência de preconceitos.
As
áreas de ataque em horários muito próximos teria a finalidade, inclusive, de
dificultar a capacidade de atendimento nos hospitais e a mobilização policial.
Não
por acaso os três alvos de ataque foram: uma casa de música, um estádio de
futebol e dois restaurantes bastante populares.
É
como se um estilo de vida fosse uma agressão imperdoável para pessoas incapazes
de suportar as diferenças.
O
presidente francês, o socialista François Hollande, convocou as casas do senado
e da câmara para uma reunião em Versailles, quando iniciou seu emocionado
discurso de quarenta minutos num brado de que “a França está em guerra”.
Trata-se
de uma guerra contra paixões, e não, civilizações ou exércitos e, portanto,
difícil de ser contida pelo uso de armas ou ataques aéreos.
Foram
reafirmadas as proposições ditadas pela Revolução Francesa de “Liberdade,
Igualdade e Fraternidade” e, ao final do encontro, foi cantado por todos os
presentes o hino nacional francês, a Marselhesa.
Aliás,
o povo francês tem dado um show de solidariedade ao recolher em suas casas
imigrantes desarvorados e doação maciça de sangue para os feridos e hospitais
repletos de voluntários.
O
que parece mais lúcido é que se iniciem negociações diplomáticas intensas, não
só na Síria, mas nos vários outros países que já lidam no seu cotidiano com a
violência e com a crueldade por parte de jovens que se deixam contaminar pelos
ideais do mundo islâmico.
O
mundo ocidental não teve a capacidade de prever o quanto suas políticas
colonialistas, durante tantos séculos, gerariam tanta revolta nos filhos de
imigrantes de vários países.
Depois
de adultos, seriam franceses, sempre com a sensação de descriminados e
injustiçados pelo sistema, quase todos moradores das periferias.
O
fato real é que armas pesadas, fronteiras fechadas, muros aramados, não serão
suficientes para derrubar ideologias profundamente arraigadas.
Que
políticas serão necessárias para que esses fuzis de assalto não circulem
livremente?
Há
uma necessidade eminente do controle de entrada dessas armas, de onde quer que
elas venham.
Um
mundo em que predomina a desigualdade social, dificilmente terá condições de
paz e tranquilidade em curto prazo, infelizmente.
Propagandas
maciças televisivas insistem que atentados como esse não deve coibir as pessoas,
e que elas devem continuar saindo e mantendo a “Cidade Luz” como um símbolo
mundial de vida, de diversão e de beleza.
Não
esquecer que o turismo é parte fundamental da economia francesa.
Gabriel
Novis Neves
19-11-2015
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