sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ERA DOS DESASTRES


Realmente o mundo está vivendo momentos muito dramáticos da sua história.
Além do inimigo desconhecido representado pelo cruel terrorismo internacional, vivemos no Brasil o nosso maior desastre ambiental.
Mineradoras em qualquer parte do mundo são sempre negócios de alto risco.
Possuímos mais de 700 barragens de mineradoras, das quais, 170, só no Estado de Minas Gerais.
A fiscalização do grau de segurança das mesmas é sempre feita pelos auditores das próprias firmas e, portanto, fogem das fiscalizações oficiais do governo, já que essas são muito onerosas. 
Resultado disso é a falta de contingenciamento de planos regulatórios para o perfeito funcionamento das minas.
Nesses últimos dez anos, o desastre no rompimento da barragem de Mariana, pertencente à Samarco, foi o maior dos cinco já ocorridos no Brasil.
A Mineradora Samarco assinou termo com o Ministério Público de Minas Gerais e com o Ministério Público Federal para pagamento de um bilhão de reais, só para a recuperação inicial dos danos ambientais.
Além dos mortos e desaparecidos, o mar de lama que continua caminhando pelas localidades vizinhas vai destruindo por todos os locais por onde passa, matando flora e fauna, tornando áreas antes produtivas em imensas planícies formadas por rejeitos altamente tóxicos.
Nesse trajeto, cidades do Espírito Santo, tais como Linhares, Colatina e Baixo Quandu, já estão em estado de calamidade, com seus estoques de água comprometidos. 
O Rio Doce agora se transformou no Rio UTI e teve sua fauna destruída.
A tragédia terrorista em Paris é arrasadora, impactante, com profundas repercussões, não só na Europa, mas em todo o mundo, principalmente, pelos seus inimigos disfarçados, quando não, ocultos.
Entretanto, a nossa tragédia ambiental, tão grave quanto, tem inimigos visíveis e que podem e devem ser combatidos, desde que nos preparemos adequadamente para as suas consequências.
A contaminação da água de toda a região é alarmante. As primeiras amostras mostram contaminação por metais pesados tais como, mercúrio, cádmio, silício, ferro, entre outros.
As autoridades devem aos brasileiros medidas duras no tocante à fiscalização dessas indústrias de risco e de uma escolha meticulosa no tocante às áreas em que possam ficar as populações satélites.
Planos de contingência têm de ser levados a sério em vista da alta gravidade das consequências que a indústria de mineração costuma acarretar.
Lamentavelmente essa lama tóxica, atualmente avaliada como correspondente a 25 mil piscinas olímpicas, continua fazendo os seus estragos, e a dimensão total dessa tragédia ainda não pode ser determinada, já que os efeitos em longo prazo continuam sem respostas.
Precisamos exigir, através de leis duras, maior respeito à população.

Gabriel Novis Neves
18-11-2015

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