Realmente
o mundo está vivendo momentos muito dramáticos da sua história.
Além
do inimigo desconhecido representado pelo cruel terrorismo internacional,
vivemos no Brasil o nosso maior desastre ambiental.
Mineradoras
em qualquer parte do mundo são sempre negócios de alto risco.
Possuímos
mais de 700 barragens de mineradoras, das quais, 170, só no Estado de Minas
Gerais.
A
fiscalização do grau de segurança das mesmas é sempre feita pelos auditores das
próprias firmas e, portanto, fogem das fiscalizações oficiais do governo, já
que essas são muito onerosas.
Resultado
disso é a falta de contingenciamento de planos regulatórios para o perfeito
funcionamento das minas.
Nesses
últimos dez anos, o desastre no rompimento da barragem de Mariana, pertencente
à Samarco, foi o maior dos cinco já ocorridos no Brasil.
A
Mineradora Samarco assinou termo com o Ministério Público de Minas Gerais e com
o Ministério Público Federal para pagamento de um bilhão de reais, só para a
recuperação inicial dos danos ambientais.
Além
dos mortos e desaparecidos, o mar de lama que continua caminhando pelas
localidades vizinhas vai destruindo por todos os locais por onde passa, matando
flora e fauna, tornando áreas antes produtivas em imensas planícies formadas
por rejeitos altamente tóxicos.
Nesse
trajeto, cidades do Espírito Santo, tais como Linhares, Colatina e Baixo
Quandu, já estão em estado de calamidade, com seus estoques de água
comprometidos.
O
Rio Doce agora se transformou no Rio UTI e teve sua fauna destruída.
A
tragédia terrorista em Paris é arrasadora, impactante, com profundas
repercussões, não só na Europa, mas em todo o mundo, principalmente, pelos seus
inimigos disfarçados, quando não, ocultos.
Entretanto,
a nossa tragédia ambiental, tão grave quanto, tem inimigos visíveis e que podem
e devem ser combatidos, desde que nos preparemos adequadamente para as suas
consequências.
A
contaminação da água de toda a região é alarmante. As primeiras amostras
mostram contaminação por metais pesados tais como, mercúrio, cádmio, silício,
ferro, entre outros.
As
autoridades devem aos brasileiros medidas duras no tocante à fiscalização
dessas indústrias de risco e de uma escolha meticulosa no tocante às áreas em
que possam ficar as populações satélites.
Planos
de contingência têm de ser levados a sério em vista da alta gravidade das
consequências que a indústria de mineração costuma acarretar.
Lamentavelmente
essa lama tóxica, atualmente avaliada como correspondente a 25 mil piscinas
olímpicas, continua fazendo os seus estragos, e a dimensão total dessa tragédia
ainda não pode ser determinada, já que os efeitos em longo prazo continuam sem
respostas.
Precisamos
exigir, através de leis duras, maior respeito à população.
Gabriel
Novis Neves
18-11-2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.