A
América Latina tem sido palco nestes últimos cem anos de ditaduras cruéis, com
imenso prejuízo para suas populações.
Nós
aqui no Brasil, inclusive, tivemos vinte e um anos de regime militar, com todas
as suas consequências, na maioria das vezes, funestas.
É
preciso não esquecer que há cerca de um ano temos uma presidente reeleita
democraticamente, mesmo que com uma pequena diferença de votos.
O
mesmo aconteceu recentemente na nação vizinha, a Argentina, que teve o seu novo
dirigente eleito em condições semelhantes.
São,
portanto, países divididos pela opinião pública que, ainda que não concordemos,
deve ser respeitada.
Assim
funcionam as democracias, regime político até agora considerado o mais
eficiente.
Qualquer
coisa que interfira nesse equilíbrio tem de ser visto com muito cuidado, já que
as instituições constituídas nesses países em desenvolvimento não são assim tão
fortes como gostaríamos que fossem.
Temos
uma parte delas funcionando plenamente dentro dos princípios constitucionais,
tais como o Ministério Público, o Judiciário, a Polícia Federal, enquanto
outras, vitais para o funcionamento do país, como o Executivo e as duas Casas
do Congresso, vêm, paulatinamente, perdendo a sua legitimidade em função de
suas políticas equivocadas.
Diante
de tantos desacertos foi instalada a maior crise política econômica de nossa
história, afetando o país como um todo diante da alarmante paralisação de sua
máquina administrativa.
Fatos
como a prisão de um Senador da República em pleno exercício de seu mandato,
mostram a enorme mudança no comportamento ético de toda uma nação acostumada a
ver encarcerados apenas negros e pobres.
Essa
parte atuante das instituições inaugurou um novo período de funcionamento em
busca de terminar definitivamente com os privilégios de uma casta política que,
uma vez eleita, se julga acima do bem e do mal.
Estamos
tendo a coragem de tirar toda a lama e toda a corrupção que se escondiam
debaixo dos tapetes luxuosos dos escritórios de alguns de nossos dirigentes.
Esse
tem sido um processo penoso e de fortes consequências, mas o único possível
para uma mudança cultural.
Por
outro lado, é importante não esquecer que práticas tipo impeachment de um
Presidente da República têm de ser muito bem fundamentadas, dadas as inúmeras
consequências negativas que daí poderá advir.
As
mais preocupantes são as convulsões sociais num país já paralisado pela imensa
crise política econômica reinante.
Os
dados para o próximo ano são alarmantes com relação ao aumento da inflação e
das taxas de desemprego.
Dessa
forma, urge que a nossa classe dirigente, atualmente tão fragilizada,
comporte-se à altura dos cargos de
responsabilidade que ocupa , despindo-se de suas vaidades, de seus privilégios
e de seus interesses menores.
Não
esquecer que países altamente civilizados, como por exemplo, Estados Unidos e
Dinamarca, já foram, num passado remoto, imensamente corruptos e, através do
desenvolvimento, conseguiram reverter esse quadro.
O
momento é de alerta máximo, uma vez que esses anos de democracia por nós
conquistados estão fortemente ameaçados pela enorme fragilidade pela qual
passam a Presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal,
cuja credibilidade caiu a níveis muito abaixo do suportável.
Que
discernimento e espírito patriótico
imperem nesse momento tão importante para a manutenção de nossas
instituições democráticas e manutenção do estado de direito!
Somos
um país rico, faltando-nos, apenas, mais inclusão social e uma cultura coletiva
do desenvolvimento.
Juntos
podemos reverter esse quadro de horror e assegurar aos nossos filhos e netos um
país do qual possam se orgulhar.
Gabriel
Novis Neves
03-12-2015
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