terça-feira, 8 de dezembro de 2015

ALERTA MÁXIMO


A América Latina tem sido palco nestes últimos cem anos de ditaduras cruéis, com imenso prejuízo para suas populações.
Nós aqui no Brasil, inclusive, tivemos vinte e um anos de regime militar, com todas as suas consequências, na maioria das vezes, funestas.
É preciso não esquecer que há cerca de um ano temos uma presidente reeleita democraticamente, mesmo que com uma pequena diferença de votos.
O mesmo aconteceu recentemente na nação vizinha, a Argentina, que teve o seu novo dirigente eleito em condições semelhantes. 
São, portanto, países divididos pela opinião pública que, ainda que não concordemos, deve ser respeitada.
Assim funcionam as democracias, regime político até agora considerado o mais eficiente.
Qualquer coisa que interfira nesse equilíbrio tem de ser visto com muito cuidado, já que as instituições constituídas nesses países em desenvolvimento não são assim tão fortes como gostaríamos que fossem.
Temos uma parte delas funcionando plenamente dentro dos princípios constitucionais, tais como o Ministério Público, o Judiciário, a Polícia Federal, enquanto outras, vitais para o funcionamento do país, como o Executivo e as duas Casas do Congresso, vêm, paulatinamente, perdendo a sua legitimidade em função de suas políticas equivocadas.
Diante de tantos desacertos foi instalada a maior crise política econômica de nossa história, afetando o país como um todo diante da alarmante paralisação de sua máquina administrativa.
Fatos como a prisão de um Senador da República em pleno exercício de seu mandato, mostram a enorme mudança no comportamento ético de toda uma nação acostumada a ver encarcerados apenas negros e pobres.
Essa parte atuante das instituições inaugurou um novo período de funcionamento em busca de terminar definitivamente com os privilégios de uma casta política que, uma vez eleita, se julga acima do bem e do mal.
Estamos tendo a coragem de tirar toda a lama e toda a corrupção que se escondiam debaixo dos tapetes luxuosos dos escritórios de alguns de nossos dirigentes.
Esse tem sido um processo penoso e de fortes consequências, mas o único possível para uma mudança cultural.
Por outro lado, é importante não esquecer que práticas tipo impeachment de um Presidente da República têm de ser muito bem fundamentadas, dadas as inúmeras consequências negativas que daí poderá advir.
As mais preocupantes são as convulsões sociais num país já paralisado pela imensa crise política econômica reinante.
Os dados para o próximo ano são alarmantes com relação ao aumento da inflação e das taxas de desemprego.
Dessa forma, urge que a nossa classe dirigente, atualmente tão fragilizada, comporte-se à altura dos cargos  de responsabilidade que ocupa , despindo-se de suas vaidades, de seus privilégios e de seus interesses menores.
Não esquecer que países altamente civilizados, como por exemplo, Estados Unidos e Dinamarca, já foram, num passado remoto, imensamente corruptos e, através do desenvolvimento, conseguiram reverter esse quadro.
O momento é de alerta máximo, uma vez que esses anos de democracia por nós conquistados estão fortemente ameaçados pela enorme fragilidade pela qual passam a Presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, cuja credibilidade caiu a níveis muito abaixo do suportável.
Que discernimento e espírito patriótico   imperem nesse momento tão importante para a manutenção de nossas instituições democráticas e manutenção do estado de direito!
Somos um país rico, faltando-nos, apenas, mais inclusão social e uma cultura coletiva do desenvolvimento.
Juntos podemos reverter esse quadro de horror e assegurar aos nossos filhos e netos um país do qual possam se orgulhar.

Gabriel Novis Neves
03-12-2015

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