quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Dúvidas e certezas


A dúvida é o que diferencia os seres mais inteligentes dos menos favorecidos.
Fácil verificar no dia a dia que pessoas donas da verdade são sempre as menos interessantes para o convívio.
Desconfio muito daquelas que chegam dizendo que “sabem o que querem da vida”.
Partindo do princípio de que inteligência tem como definição “a capacidade de resolver os problemas práticos e teóricos da vida”, então, quanto mais brilhante o ser humano, maiores serão as suas dúvidas.
A vida é tão cheia de nuances e de dinamismo que só os imbecis podem ter certezas. Tudo muda a cada instante, daí a necessidade de resolver os problemas de acordo com o seu aparecimento.
As pessoas são tão mais leves quanto mais adaptadas ao que proferia Charles Chaplin - “a vida é um assunto local”.
Somos, inclusive, regidos por fenômenos telúricos. Portanto, qualquer tipo de onipotência é, sem sombra de dúvidas, ridículo.
A cautela com o verbo e com a ação é a única forma de conviver com o imponderável.
Eu, como um bom emotivo, gostaria em alguns momentos de ser bem mais racional. Ficaria assim mais distante dos problemas que, com certeza, teriam uma possibilidade distante de acontecer.
Sofrer por antecedência é algo que atormenta a humanidade desde os seus primórdios.
Com o pleno exercício da dúvida minimizamos o arrependimento do feito e do não feito, este sim, desastroso, física e emocionalmente.
Muitos de nós carregamos culpas como verdadeiros fardos, chegando a espasmos dolorosos da musculatura dos trapézios (ombros). A simples observação detecta a postura encurvada dessas pessoas.
Como somos frutos da civilização judaico-cristã, onde a culpa é cultivada desde sempre, não é de se estranhar que pessoas, em sua grande maioria, apresentem os seus trapézios totalmente contraturados.
Somos induzidos a viver em cima de certezas que a rigor não correspondem à realidade. Pena que só muito mais tarde, depois de muitos estragos, podemos transformá-las em questionáveis dúvidas.
Os técnicos em massoterapia sabem do que estou falando, e apenas eles conseguem dissolver os verdadeiros nódulos que se formam por toda a coluna, cervical, dorsal e lombar, tudo em função das nossas emoções mal metabolizadas.
Vale constatar que durante crises sociais e econômicas severas como a atual, um dos únicos setores a prosperar é o farmacêutico.
Somos todos reféns das nossas emoções e, por mais que tentemos escondê-las, resta apenas trabalhá-las para que não se transformem em doença.
O mundo deveria estar bem mais preocupado com ginástica mental, bem mais importante que a do corpo.
Infelizmente, ela não movimenta uma indústria que gere altos lucros.
Muito ao contrário, ao sistema só interessa a alienação geral, essa sim, programada para impedir o crescimento pessoal.
Segundo Einstein, “a mente que se expande, nunca mais volta ao seu tamanho natural”.
Para terminar essas considerações entre certezas e dúvidas... lamentáveis as certezas proferidas por alguns de nossos pobres representantes políticos!
Seus discursos se pulverizam logo após serem proferidos, deixando a todos a certeza de sua falsidade.

Gabriel Novis Neves
23-11-2015

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