terça-feira, 1 de dezembro de 2015

JOÃO GERMANO


Dentre os ditados populares, um dos mais bem humorados que conheço é aquele que se refere a uma pessoa que confunde as coisas: “não confundir João Germano, com gênero humano”.
Pois foi exatamente isso que a empresa terceirizada pelo Ministério da Justiça para responder às perguntas feitas ao Facebook na página do órgão público fez ao confundir “jihadistas” com um país.
Sabendo da chegada de “jihadistas” ao Brasil junto com migrantes das áreas de conflito do Oriente Médio, reclamou um internauta da chegada de terroristas em nossa pátria.
A firma terceirizada comentou a observação do pagador de impostos afirmando que os “jihadistas” vêm ao Brasil para “trazer mais progresso ao nosso país e, por isso, merecem respeito”.
Um usuário da rede social protestou afirmando que os “migrantes pacíficos são bem-vindos, já os “jihadistas” devem ser bloqueados ao entrar no Brasil”.
Para confundir mais o pobre brasileiro que acreditava estar sendo atendido por alguém responsável pelo Ministério da Justiça, recebeu um conselho dizendo que era preciso “desconstruir alguns conceitos”. 
Continuando: “os jihadistas, assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem, vem ao Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merecem respeito”.
O termo “jihadista” é conhecido no Ocidente como radicais islâmicos que veem a militância violenta como forma legítima de propagar um islamismo ultraconservador, e defendem a comunidade muçulmana contra aqueles que consideram infiéis e sem religião.
O termo “jihad” se refere ao esforço cotidiano e a dedicação espiritual dos fiéis, sem conotação necessariamente militar.
O Ministério da Justiça reconheceu o erro cometido após protestos recebidos, explicou que as informações dadas pelo Facebook eram da responsabilidade de uma empresa privada, lamentou o acontecido e dispensou o contrato com a empresa de respostas.
Toda essa confusão foi paga com o dinheiro do contribuinte. Isso pode acontecer?

Gabriel Novis Neves
16-11-2015

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