Dentre
os ditados populares, um dos mais bem humorados que conheço é aquele que se
refere a uma pessoa que confunde as coisas: “não confundir João Germano, com
gênero humano”.
Pois
foi exatamente isso que a empresa terceirizada pelo Ministério da Justiça para
responder às perguntas feitas ao Facebook na página do órgão público fez ao
confundir “jihadistas” com um país.
Sabendo
da chegada de “jihadistas” ao Brasil junto com migrantes das áreas de conflito
do Oriente Médio, reclamou um internauta da chegada de terroristas em nossa
pátria.
A
firma terceirizada comentou a observação do pagador de impostos afirmando que
os “jihadistas” vêm ao Brasil para “trazer mais progresso ao nosso país e, por
isso, merecem respeito”.
Um
usuário da rede social protestou afirmando que os “migrantes pacíficos são
bem-vindos, já os “jihadistas” devem ser bloqueados ao entrar no Brasil”.
Para
confundir mais o pobre brasileiro que acreditava estar sendo atendido por
alguém responsável pelo Ministério da Justiça, recebeu um conselho dizendo que
era preciso “desconstruir alguns conceitos”.
Continuando:
“os jihadistas, assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem, vem ao
Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merecem respeito”.
O
termo “jihadista” é conhecido no Ocidente como radicais islâmicos que veem a
militância violenta como forma legítima de propagar um islamismo
ultraconservador, e defendem a comunidade muçulmana contra aqueles que
consideram infiéis e sem religião.
O
termo “jihad” se refere ao esforço cotidiano e a dedicação espiritual dos
fiéis, sem conotação necessariamente militar.
O
Ministério da Justiça reconheceu o erro cometido após protestos recebidos,
explicou que as informações dadas pelo Facebook eram da responsabilidade de uma
empresa privada, lamentou o acontecido e dispensou o contrato com a empresa de
respostas.
Toda
essa confusão foi paga com o dinheiro do contribuinte. Isso pode acontecer?
Gabriel
Novis Neves
16-11-2015
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