terça-feira, 28 de novembro de 2023

ASTRÔNOMO DA MENTE


O psiquiatra e laureado cientista Jorge Alberto Costa e Silva lançou seu livro autobiográfico. Primoroso. Assim se intitula: ‘Um astrônomo da mente’. 


Da lavra de Fernanda Mello Gentil, envereda pela história da psiquiatria.


Carioca de Vassouras, veio ao mundo em 1942. Graduou-se em Ciências Médicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, nos idos de 66.


Em criança, desejo seu era ser ‘astrônomo’, inquietado sobre o enorme e antigo universo que habitamos. O pai, médico, acabou por demovê-lo desse intento.


No ano seguinte, malas prontas, rumou para a Suécia. Aí se especializou no Instituto Karolinska.


Ao retornar, com a láurea do doutorado, fundou sua clínica na zona sul do Rio de Janeiro. É onde atende os pacientes até hoje, com a assessoria de uma equipe de assistentes que arregimenta psicólogos clínicos e outros médicos psiquiátricos.


Competente, lidera o grupo de pesquisas na área de neurociências e neuroimagem, à frente do Instituto Brasileiro do Cérebro.


Exerceu, por anos seguidos, a função conjunta de médico e professor universitário.


Atua como titular e diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Releva sublinhar que foi Presidente da Associação Mundial de Psiquiatria, ao tempo em que também era Diretor do Departamento da Organização Mundial da Saúde Mental, em Genebra.


Presidente da Academia Nacional de Medicina, fundou e presidiu o Instituto Brasileiro do Cérebro. Integra a Academia Francesa de Medicina.


Segundo ele, ‘saber o que somos, para onde vamos e de onde viemos, aí estão as interrogações vivas que me levaram a estudar medicina’.


Este, seu modo de pensar: o ‘cérebro’ processa todas as informações e cria o mundo em que ouvimos, sentimos e vemos. Ele foi criado para observar tudo aquilo que a natureza encerra de belo.


Compete ao psiquiatra — ele o assegura — investigar o papel no tocante ao que o cérebro faz. Bem mais: o estigma da psiquiatria iniciou o seu fim em meados do século que nos antecede.


 Pondera: os medicamentos para distúrbios emocionais iniciaram a ser utilizados, em larga escala, no ano de 1960.


No entender dele, tudo que ajuda a mente tem que ser utilizado. Sejam exemplo os ansiolíticos, antidepressivos e psicotrópicos.


Não se estagnou nesses pontos sua visão de uma psiquiatria amadurecida: a doença caracteriza um estado de mal-estar físico, psicossocial e espiritual.


Bate na tecla de que a oração se faz fundamental nos transtornos mentais, o que facilmente se comprova, de modo científico, por equipamentos de imagem.


No revisitarmos o livro de Jorge Alberto, astrônomo da mente, chegamos à conclusão de que ele traça um panorama significativo de uma singular carreira na ciência.


Não esquece de trazer à tona inquietantes reflexões por ele engendradas sobre a saúde mental, o psiquismo humano, os desafios da inteligência artificial, sempre com rara capacidade de romper fronteiras.


A bem-dizer, põe sobre a mesa uma iguaria deliciosa, daquelas que até se comem com os olhos. 


Só assim para bem justificar o adjetivo que o professor emérito e raro oncologista Gilberto Schwartsmann lhe dirigiu: Em verdade, Dr.Jorge Alberto é um ‘notável’!


Gabriel Novis Neves 

3-11-2023







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