domingo, 5 de novembro de 2023

RESSACA DE PERDER


Há 75 anos acompanho o futebol carioca e sou torcedor apaixonado do Botafogo de Futebol e Regatas.


Comecei a me interessar pelo futebol aos 11 anos de idade, quando fui estudar no Colégio dos Padres.


Fui muito incentivado a gostar e a praticar esse esporte por José Vidal, meu vizinho na rua do Campo.


E pelo padre Raimundo Pombo, que jogava futebol conosco nos vários campos existentes no colégio.


Ele era também responsável pelo ‘Oratório Festivo’. Coordenava os campeonatos de futebol e a parte cultural com peças teatrais de humor sadio.


Em casa eu ‘jogava futebol de botão’ nos corredores da minha casa e dos colegas da escola.


Na ocasião éramos três irmãos que brincávamos. Eu (Botafogo), Pedro (Fluminense) e Inon (Flamengo). O Olyntho era bebê — nasceu em 1950, e não participava das brincadeiras.


Meu time em Cuiabá era o Americano, que escolhi por ser amigo do seu zagueiro, meu vizinho da rua do Campo e futuro colega médico.


Dos meus irmãos, Pedro pela amizade com o Dito Lisboa, roupeiro do Mixto, morador na rua da Fé nos fundos da minha casa, virou torcedor desse clube.


Inon foi do apogeu do clube Dom Bosco, e o que melhor jogava futebol, tornando seu torcedor.


Eu era vermelho e preto em Cuiabá e alvinegro no Rio. Pedro, alvinegro em Cuiabá e tricolor no Rio. Inon, azul e branco em Cuiabá e rubro-negro no Rio.


Todos nós cursamos o ensino superior na cidade do Rio de Janeiro. Dois médicos e um economista.


Quando retornei ao meu torrão natal, meu clube da adolescência não existia mais.


Diz a sabedoria popular que o amor por um clube de futebol é intransferível! E é a mais pura verdade!


Bem que tentei ‘namorar’ e torcer por outro clube da nossa capital. ‘Não deu liga’ e fiquei como torcedor apenas do Botafogo do Rio de Janeiro.


Quando o jovem time do Cuiabá começou a disputar o Campeonato Brasileiro da série B, com seus jogos transmitidos pela TV, por puro bairrismo iniciei a torcer por ele.


Há três anos disputando a elite dos 20 principais times do Brasil, pratiquei o ‘adultério futebolístico’, se isto existe.


Amo o Botafogo para ser campeão brasileiro, e sofro para o Cuiabá não ser rebaixado. Se isso acontecer dificilmente voltará à 1ª divisão. A tendência seria o seu desaparecimento.  


Falta ao Cuiabá o ‘torcedor raiz’. Aquele cujo 1º time seja o Cuiabá. Temos o ‘torcedor bairrista’ e de ‘2ª opção’, como eu que sou Botafogo raiz.


Assisti em 1953 a estreia do maior malabarista do futebol mundial: — Mané Garrincha!


Como meus times estão perdendo seus jogos, estou com ‘ressaca de perder’. Um a ‘liderança’ do brasileirão, e outro ‘cheirando’ a zona do rebaixamento.


Nada pior em futebol, para um torcedor fanático.


Gabriel Novis Neves

03-11-2023




29 de outubro de 2023 - Os melhores lances de Botafogo x Cuiabá pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro

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