segunda-feira, 23 de maio de 2022

A MAIS HUMANA DAS PROFISSÕES


A medicina é conhecida desde os tempos antigos como a mais “humana das profissões”, quando exercida com ética seguindo o Juramento de Hipócrates.


E para exercer essa profissão o médico deve ser um “profissional humanizado”.


Eu considero que para o exercício legal da medicina, além do Juramento de Hipócrates, há necessidade de se conhecer a técnica médica.


Sem o conhecimento da “técnica médica” adquirida em uma faculdade de medicina, essa profissão jamais poderá ser exercida.


No entanto, discordo ao não se considerar as outras profissões de não humanas, pois todas cuidam das pessoas direta ou indiretamente.


Esse milenar conceito da “profissão mais humanizada” se fragilizou tanto, que hoje dentro da própria medicina encontramos o “tratamento médico e até parto humanizado”, o que não condiz com os médicos ou clínicas que assim se rotulam.


Parece que “humanizado” virou marketing para ser lembrado em alguns receituários de médicos e clínicas.


Sócrates tinha habilitação para exercer a medicina, pois cursou medicina na faculdade da USP de Ribeirão Preto (SP).


Ficou famoso assim que concluiu a sua graduação de médico, como jogador de futebol, chegando à Seleção Brasileira.


Já o Tostão era um famoso jogador de futebol sendo, inclusive Campeão do Mundo na Copa de 1970, no México.


Ainda jovem deixou a profissão de jogador de futebol.


Fez vestibular para a faculdade de medicina da UFMG.


Após a conclusão do seu curso fez concurso para a docência da faculdade onde estudou.


Por alguns anos foi professor de medicina e médico psiquiatra.


Aposentou-se e hoje é jornalista de um grande jornal brasileiro e escritor, sem ter feito os cursos superiores de jornalismo, letras ou literatura.


O número de pessoas “leigas” exercendo com brilhantismo outras funções profissionais universitárias (menos a medicina) é imensurável.


Na literatura, letras, artes, e comunicação aqueles com formação universitária na área que foram habilitados, parecem ser minoria.


Aqui em Mato Grosso, nosso grande artista plástico (Humberto Espíndola) é formado em jornalismo, cargo que nunca exerceu.


Nosso poeta sempre lembrado era bacharel em Direito (Silva Freire), assim como a antiga Academia Mato Grossense de Letras era, na sua maioria integrada por desembargadores.


Nossos maiores compositores não surgiram dos Conservatórios de Música.


“Nessa toada” vamos longe para provar o óbvio, que é, - para ser médico tem que frequentar os bancos escolares de uma faculdade de medicina.


Se alguém tentar exercer a profissão de médico sem esse pré-requisito é curandeiro, e poderá sofrer sanções da lei em vigor.


O médico, porém, poderá exercer qualquer outra profissão, de humorista à craque de futebol.


E a medicina exercida por médicos continua a ser a mais humana das profissões.


E quando o médico exercer outras profissões, ele irá humanizar essas profissões como o futebol, as artes e a música?


Ou o médico só será considerado um profissional humanizado quando no exercício da medicina e não das outras profissões?


Gabriel Novis Neves

13-04-2022





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