domingo, 11 de setembro de 2022

A MANIA DE ESCONDER NOSSAS BELEZAS


Nossos administradores públicos têm a mania de esconder as nossas belezas naturais e arquitetônicas.


Na universidade sempre alertava alunos e professores dizendo que nós éramos técnicos sem poder de decisão, exclusividade dos políticos.


Poucos ouvem os técnicos, e o resultado é o que está aí.


Esconderam a Praça Alencastro e a sua linda fonte luminosa, construindo um terminal de ônibus.


Quem passa de automóvel não vê mais o primeiro jardim público da cidade, cheio de histórias.


A Praça Bispo Dom José, com o seu centenário gasômetro ficou invisível com a construção de outro terminal de ônibus.


A Praça Ipiranga, entre a rua 13 de Junho e a avenida da Prainha, mesmo embelezada com o Coreto e Chafariz da antiga Praça da República, foi premiada também com um terminal de ônibus.


Recentemente foi a vez do campus da nossa jovem universidade federal, no Coxipó, receber o castigo de um elevado para o VLT, que a escondeu completamente.


O histórico Morro da Prainha, ou da Luz, quem percorre a extensa avenida Ten. Coronel Duarte não sabe onde fica, pois prédios foram construídos e o esconderam totalmente o verde do Centro Histórico de Cuiabá.


Todas essas alterações foram recebidas pela nossa cuiabania e seus mais diferentes grupos sem nenhum protesto, num inconformismo que chega a nos incomodar.


Onde estão os nossos arquitetos, urbanistas, historiadores e homens públicos desta cidade?


Acredito que essas maldades não foram aprovadas pelos nossos técnicos, sendo essas transfigurações da responsabilidade dos nossos governantes.


Interessante que, de boca em boca, todos reclamam dessa mania, e continuamos a eleger sempre os mesmos para continuarem à frente dos nossos destinos.


Até os primeiros blocos de ensino construídos na nossa universidade foram “envelopados” escondendo, por exemplo, o local onde funcionou a primeira reitoria.


Essa sala merecia, pelo menos uma pequena placa de bronze indicando esse fato de ocupação histórica aos nossos alunos, professores, historiadores, pesquisadores, para demonstrar o perfil social do seu 1º reitor.


Só o teatro e a biblioteca central, inacabada há quarenta anos, que parece que “virou logomarca” da UF, são impossíveis de serem escondidos ou desaparecerem do campus.


Onde estão a Oca, Casa da Flauta que compunham o original Museu Rondon ou Zoológico, o único construído num campus no Brasil?


Temos que valorizar o passado com seu acertos e desacertos, por fazerem parte da nossa recente história, de pouco mais de meio século, no caso da universidade federal.


Gabriel Novis Neves

05-09-2022
































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