Nosso Estado foi, sem dúvida, onde a perda e o extravio de documentos históricos foi enorme, segundo o Núcleo de Documentação e Informação Histórica e Regional da UFMT (NDIHRMT).
Essa descoberta e recuperação de documentos de Mato Grosso foi microfilmada em arquivos de Portugal e Espanha, pela professora Maria Cecília Guerreiro de Souza, do NDHIR.
Pertencem ao Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa.
A pesquisa realizada nos anos setenta e início de oitenta tem revelado, que por exemplo, no campo do ensino, desde o século XVIII, se tentou implantar aqui “projetos ambiciosos cujo descortino e atualidade nos surpreendem”.
O próprio Centro de Ciências da Saúde da UFMT, com a faculdade de medicina tem seu ancestral na Aula de Anatomia e Cirurgia criada em 1808 em Vila Bela.
A UFMT desde a sua fundação pode orgulhar-se de uma série de notáveis realizações.
“O pioneirismo que a anima, entronca na tradição do século XVIII, que está na raiz da formação da capitania”, diz o pesquisador Carlos Francisco Moura.
“O primeiro documento datado de 1735, revela que Antônio Pinto da Fonseca era cirurgião aprovado e assistente nas Minas do Cuiabá desde o ano de 1726 exercitando a sua Arte com muita aceitação de todos e bons sucessos nas boas curas que faz.
Foi o único cirurgião que existia nas ditas Minas nos anos de 1732 e 1733, por se ausentarem os médicos Dr. Ernesto Lamberto, Médico estrangeiro, e Manoel José da Cunha”.
Pinto da Fonseca quis ir para Lisboa, de onde era natural, “para fazer companhia a uma Irmã donzela”, mas foi impedido pela Câmara de Cuiabá.
“Houve um requerimento do Povo, para que o suplicante ficasse nas ditas Minas pela grande necessidade e falta de curativo que dele se tinha.
Foi-lhe arbitrado para ajuda de custas duzentas oitavas de ouro por ano à custa das rendas da Câmara.
O povo doava o que pudesse para complementar o seu salário.
Tudo foi feito com parecer do Ouvidor Geral.
Lembra ainda o documento, na petição do suplicante, que ele serviu nas duas armadas contra o gentio Paiaguás.
Custeou canoas armadas em guerra, fardando muitos soldados em que teve muita despesa em mantimentos e dando medicamentos e curado toda a tropa sem cobrar nada, expondo a própria vida no Real Serviço de V. Majestade”.
E conclui o pedido ao Rei que “lhe faça mercê em atenção do referido, mandar pagar o seu ordenado de duzentas oitavas de ouro por ano”.
Gabriel Novis Neves
21-06-2023
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