terça-feira, 18 de julho de 2023

OS PRIMEIROS MÉDICOS E CIRURGIÕES DE MATO GROSSO - 1.726 A.D.


Nosso Estado foi, sem dúvida, onde a perda e o extravio de documentos históricos foi enorme, segundo o Núcleo de Documentação e Informação Histórica e Regional da UFMT (NDIHRMT).


Essa descoberta e recuperação de documentos de Mato Grosso foi microfilmada em arquivos de Portugal e Espanha, pela professora Maria Cecília Guerreiro de Souza, do NDHIR.


Pertencem ao Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa.


A pesquisa realizada nos anos setenta e início de oitenta tem revelado, que por exemplo, no campo do ensino, desde o século XVIII, se tentou implantar aqui “projetos ambiciosos cujo descortino e atualidade nos surpreendem”.


O próprio Centro de Ciências da Saúde da UFMT, com a faculdade de medicina tem seu ancestral na Aula de Anatomia e Cirurgia criada em 1808 em Vila Bela.


A UFMT desde a sua fundação pode orgulhar-se de uma série de notáveis realizações.


“O pioneirismo que a anima, entronca na tradição do século XVIII, que está na raiz da formação da capitania”, diz o pesquisador Carlos Francisco Moura.


“O primeiro documento datado de 1735, revela que Antônio Pinto da Fonseca era cirurgião aprovado e assistente nas Minas do Cuiabá desde o ano de 1726 exercitando a sua Arte com muita aceitação de todos e bons sucessos nas boas curas que faz.


Foi o único cirurgião que existia nas ditas Minas nos anos de 1732 e 1733, por se ausentarem os médicos Dr. Ernesto Lamberto, Médico estrangeiro, e Manoel José da Cunha”.


Pinto da Fonseca quis ir para Lisboa, de onde era natural, “para fazer companhia a uma Irmã donzela”, mas foi impedido pela Câmara de Cuiabá.


“Houve um requerimento do Povo, para que o suplicante ficasse nas ditas Minas pela grande necessidade e falta de curativo que dele se tinha.


Foi-lhe arbitrado para ajuda de custas duzentas oitavas de ouro por ano à custa das rendas da Câmara.


O povo doava o que pudesse para complementar o seu salário.


Tudo foi feito com parecer do Ouvidor Geral.


Lembra ainda o documento,  na petição do suplicante, que ele serviu nas duas armadas contra o gentio Paiaguás.


Custeou canoas armadas em guerra, fardando muitos soldados em que teve muita despesa em mantimentos e dando medicamentos e curado toda a tropa sem cobrar nada, expondo a própria vida no Real Serviço de V. Majestade”.


E conclui o pedido ao Rei que “lhe faça mercê em atenção do referido, mandar pagar o seu ordenado de duzentas oitavas de ouro por ano”.


Gabriel Novis Neves

21-06-2023




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