Não é à toa que nasci na Cidade Verde, como é conhecida minha querida Cuiabá.
Desde criança tive uma paixão pelo colorido das plantas e flores com os anos transformada em verdadeiro amor.
Cresci num casarão da rua do Campo, cujo quintal era uma verdadeira floresta que impedia o sol de penetrar.
Seu chão era úmido coberto por folhas mortas que caiam das árvores de médio e grande porte.
Também encontrávamos frutas rasteiras como a melancia e o melão, e legumes, como a abóbora e o pepino.
As raízes que comíamos em nossas refeições e que tínhamos no quintal da nossa casa eram: mandioca, cenoura, beterraba, batata doce e rabanete.
Essa arte era praticada pelas velhas cozinheiras da minha casa de procedência rural e que dormiam no emprego.
Conheciam bem os segredos da terra de onde retiravam parte dos seus alimentos.
O verde e colorido das plantas sempre me seduziram.
Nos anos que estudei no Rio de Janeiro, não tinha plantas no meu quarto de pensão.
Contentava-me admirando o verde abundante da Cidade Maravilhosa.
A natureza foi muito prodigiosa com a cidade, cercada de verde e de belezas naturais.
No meu retorno à minha cidade natal morei em casas alugadas.
A primeira sem quintal, mas com flores em vasos.
A segunda possuía um vasto quintal com árvores frutíferas e plantas.
O primeiro cargo que ocupei foi dirigir um hospital psiquiátrico.
Construí um belo jardim interno e outro externo que humanizaram o manicômio.
Implantei o campus da universidade federal de Mato Grosso.
Paralelamente à construção da sua parte física, transformamos o cerrado de vegetação rasteira.
Plantamos centenas de árvores de pequeno e grande porte por toda extensão do terreno, dando uma nova vida ao árido deserto.
A minha primeira casa própria não tinha quintal e seu fundo era um enorme muro assim como as laterais da casa.
A sua frente possuía um razoável terreno até chegar à casa.
Lá construí um jardim que encantava a todos que chegavam.
Há trinta anos, com meus três filhos casados e por problemas de segurança, a minha mulher comprou um apartamento com ampla cobertura.
Foi instalado um jardim que já mudou de configuração por quatro vezes e acredito ser a última.
Não tem o formato dos anteriores, mas a beleza é a mesma.
O hobby de um jardim e a sua manutenção é cara, mas o prazer que ele me dá não tem custo.
Tenho orquídeas brancas, vermelhas e lilás, lindo beijinho, papoulas, trepadeiras de flores diferentes, primaveras lilás e laranjadas, hibiscos com flores amarelas e vermelhas, pé de jabuticaba, pata de elefante, esqueleto.
Folhagens, coqueiros ornamentais, comigo ninguém pode, flor do deserto, pimenta malagueta, hortelã, alecrim, cebolinha e até boldo.
A minha funcionária, que nasceu no município de Dom Aquino, cuida com tanta sabedoria do meu jardim que não permite que nas suas folgas suas substitutas molhem as plantas.
O fotografa quase diariamente e envia as fotos por WhatsApp para mim e muitos.
Eu inventei recentemente o hábito de encaminhar essas fotos aos meus amigos, junto com a minha crônica; um jeito gentil e carinhoso de desejar o meu bom dia.
Gabriel Novis Neves
26-06-2023
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