segunda-feira, 19 de agosto de 2024

TODOS OS DIAS

 

Passo todos os dias em casa e sinto-me muito feliz quando produzo textos novos.


É como se fosse a chegada de um novo filho, me ocupando o tempo todo, nem deixando eu perceber a sua passagem.


Descobri tarde a gostosura que é brincar com as palavras.


Antes não tinha tido esse privilégio, e as palavras eram usadas apenas para me comunicar com as pessoas.


Depois que descobri ser possível brincar com elas, a minha vida mudou para melhor.


Fico horas esquecido, encaixando as palavras tal peças num tabuleiro de xadrez, distante do mundo.


Encaixar palavras na construção de uma frase, é algo extremamente gratificante.


O nosso idioma é musical, e sem nos percebemos a colocação de uma palavra transforma o poema em música.


Muitos dos nossos compositores são verdadeiros transformistas das palavras, amparadas em rimas simples.


Estou deslizando pelas teclas do computador, e as palavras vão surgindo formando frases.


Cheguei à metade da crônica, nesse escorregão de pura brincadeira e lazer.


Penso em escrever cheio de alegria, com tudo de bom que li hoje.


E foram tantas as manifestações de carinho recebidos, que me encheram de forças para continuar a minha missão de ‘brincar de escrever’.


A descoberta de uma palavra para ornamentar um texto produz em quem escreve a sensação de liberação de endorfinas.


E nesse meu crepúsculo de vida, descobri ainda em tempo de ser aproveitado, uma maneira graciosa de ver o tempo passar.


Os idosos sempre tiveram a mania de escrever com disciplina.


Meu avô escrevia seus diários, onde anotava os fatos pitorescos da cidade, e da sua família.


Aqueles que pouco escreviam, liam durante boa parcela do dia.


Pela leitura observavam a colocação correta das palavras.


Eles diziam que para bem escrever, era necessário a ler muito.


Escrevendo, não percebo o tempo passando.


Gabriel Novis Neves

05-08-2024





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