O idoso precisa se reinventar todos os dias para continuar a ser o mesmo jovem de outrora.
Alguém com noventa anos de idade precisa mudar seu modo de viver.
É diferente do adolescente, jovem, adulto, e poderá preencher as lacunas das perdas inexoráveis pela descoberta de novos comportamentos de vida.
Ele está sempre se reinventando, e esta e a minha missão.
O idoso é o genérico do adulto e não tem nada a perder.
Poderá realizar todas as façanhas do jovem, guardadas as devidas proporções.
O complexo da idade avançada é para os pobres de espírito.
As pessoas que passam por mim, sempre são mais jovens que eu, basta eu sair na rua.
Fui levar o meu celular para troca de bateria em uma loja no Porto.
O rapaz que estava esperando a sua vez de ser atendido, veio falar comigo.
Foi aluno de umas das primeiras turmas de Engenharia Civil da nossa UFMT.
Sua alegria foi contagiante e seu abraço era para uma pessoa que há anos não via, assim como não sabia das notícias sobre ele.
Chegou a pensar que eu já tivesse morrido, mal sabendo que me tornei um idoso.
Uma paciente cujo parto fiz há 53 anos me ofereceu um prato de bolos de queijo vindos do Araguaia, e me cobriu de beijos e afetos.
Isso acontece com os idosos vistos com olhos de carinho e amizade.
Não digo que ser idoso seja melhor que ser jovem, mas tem as suas compensações.
O idoso se reinventa todos os dias, e nessa ‘luta’ descobre que tudo de bom da sua juventude está presente de outras formas.
O idoso é um poço de amor de grande profundidade, sem medo de perder de vista seu objeto predileto.
Assim, filosofando, vou ocupar ‘as casas dos noventas’ até o meu centenário, não sentindo saudades das ‘casas ocupadas em décadas passadas’.
Gabriel Novis Neves
23-07-2024
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