Ele se manifesta das mais variadas formas, e o abraço e beijo são as mais frequentes.
Já o meu bisneto João exterioriza esse seu amor também pelo choro.
Ele não pode ver alguém sofrendo que desaba em choro compulsivo, querendo logo sair do local.
Ele ainda não completou três anos e entende quando alguém está doente.
Esperto, telefonou para mim ontem à tardinha numa alegria sem fim, me avisando que viria com a sua mãe se despedir de mim.
Viajaria no outro dia, para festejar o aniversário de casamento dos seus pais com a sua irmã de sete anos completos, cursando o segundo ano do ensino fundamental.
Ele está acostumado a me encontrar sempre no escritório escrevendo no computador ou sentado na cadeira de balanço, no almoço da família.
Chega de braços abertos me abraçando, beijando e tirando fotos sentado em meu colo.
Ontem quando chegou, me encontrou deitado na cama, aguardando o lanche me ser servido na mesinha de acrílico.
Ele viu também um minúsculo ‘band-aid’ no meu cotovelo esquerdo, protegendo uma simples escoriação.
Interpretou o quadro como se eu estivesse doente e sofrendo.
Ainda me beijou e iniciou um ‘choro sentido’ pedindo para sair do quarto, quando parou de chorar.
Não veio se despedir de mim e em silêncio saiu pela porta dos fundos rumo ao elevador.
Interessante como os sentimentos humanos se exteriorizam nas crianças!
Quando criança me lembro que brincava de médico, e no Natal escrevia ao Papai Noel para que trouxesse para mim uma ambulância.
Meu bisneto é ‘vidrado’ em carros estrangeiros de marca, inclusive sabendo o nome deles.
No futuro deveria ser piloto de Fórmula 1 — e não tem medo de alta velocidade.
O seu choro ao me ver deitado na cama em uma hora não usual, demonstra o seu imenso amor aos enfermos.
Aposto que seguirá a carreira do biso na sua sétima geração.
As lágrimas da dor serão transformadas em lágrimas de felicidade na profissão de médico.
Gabriel Novis Neves
16-04-2024
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