sexta-feira, 11 de junho de 2021

FICAR EM CASA

 


Confesso que sempre gostei de ficar na minha casa, única propriedade que tenho para viver.


Nada de casa de verão, fazenda ou pesqueiros para as férias.


Por deveres profissionais, sempre vivi nos hospitais, universidades, consultórios e trabalhos nas secretarias de Estado.


Só recentemente com a aposentadoria, e dificuldades médicas, fui obrigado a passar o meu tempo integral em casa.


Na minha casa não pode faltar o verde!


Tenho um belo jardim na cobertura do prédio onde moro.


Enquanto escrevo o paisagista está tratando das plantas.


Tenho na parte social da casa, lugar que mais transito, uma coleção de plantas naturais muito agradáveis a mim.


O verde humaniza as pessoas e deixa o ambiente muito bom e aconchegante.


Acho que herdei essa paixão da antiga Cidade Verde, onde nasci.


O quintal da minha casa na Rua do Campo era uma verdadeira floresta onde não aparecia o sol.


Tínhamos plantas rasteiras e os mangueirais, goiabeiras, jabuticabeiras, pitombeiras, que davam vitalidade aos antigos casarões.


Com o desaparecimento dessas verdadeiras florestas domesticas, houve alterações climáticas que mudou o nome da capital para Cuiabrasa.


A vida é cíclica!


Derrubaram o verde dos quintais, dando lugar a verdadeiros espigões de concreto. As ruas e novas avenidas nasceram nuas de arborização.


Há um movimento de reflorescimento de Cuiabá.


Os mais jovens que foram expulsos de casa para apartamentos em nome do progresso, atualmente estão preferindo mudar para Condomínios fechados e arborizados.


Os meus bisnetos, serão criados em Condomínios fechados.


Mudei de quatro casas e como dizia o poeta Wladimir Dias Pino, três mudanças correspondem a um incêndio.


Vou ficar por aqui com as minhas plantas, lamentando as histórias de Mato-Grosso que as perdi com as minhas mudanças.


Gabriel Novis Neves

02-06-2021

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