quinta-feira, 10 de junho de 2021

COTIDIANO

 

Tenho uma amiga que muito respeito pela sua excelente educação, moral, básica e superior.


Viaja pelo mundo, lê bons livros, assiste espetáculos teatrais e não deixa passar um bom filme.


É a verdadeira mulher bem informada,  ou antenada, como dizem nos dias de hoje.


Conversamos às vezes sobre assuntos banais,  como as minhas crônicas.


Sempre me alertou para não escrever sobre temas pessoais, pois isso só interessava à mim e não à maioria dos leitores.


Difícil não concordar com alguém que tanto respeito intelectualmente nesse assunto, mesmo quem escreve sobre o cotidiano e possui um longo passado.


Há quatro anos já saía pouquíssimo de casa; com a pandemia então, estou há quinze meses praticamente sem por os olhos nas ruas da minha cidade.


Por absoluta e necessária situação fui obrigado a sair de carro com um dos meus filhos. Pedi  para ir a um bairro que, na minha longínqua memória, estava fora do perímetro urbano da capital.


Na época, esse bairro era considerado Segundo Distrito de Cuiabá, bairro periférico - hoje área central.


Fui me recordando dos tempos que conheci o agora bairro elegante com mansões maravilhosas e edifícios com apartamentos caríssimos para milionários.


Era uma enorme chácara, que nos países europeus seriam chamadas de fazendas de latifundiários, onde as propriedades rurais são de vinte hectares.


Parte dessa chácara – sessenta hectares - foi vendida ao Estado para implantar a UFMT.


Outra parte bem maior foi urbanizada e lotes vendidos para construções de casas, edifícios, shoppings, comércio em geral e serviços os mais variados.


Fui atendido em minha vontade e, sem sair do carro, voltamos para casa.


No trajeto observei uma cidade totalmente desenvolvida e bela.


Da cidadezinha feia onde nasci, cresci, e moro, surgiu uma linda cidade!


Taí. Acabei falando de mim nesta crônica, o  que irá entristecer a minha amiga intelectual.


Tenho um longo período percorrido no meu currículo da vida e, muitas vezes, sou impulsionado a compartilhar minha história com os mais jovens.


Se estiver certo ou errado, será um novo problema.


Gabriel Novis Neves

05-06-2021

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