domingo, 1 de junho de 2025

TESOUROS NA LIXEIRA


Por pura curiosidade resolvi vasculhar a lixeira do meu computador.

 

Sem inspiração, abri as crônicas que havia enviado para lá.

 

Era um montão. De muitas já nem me lembrava mais.

 

Resolvi relê-las. Percebi que em várias havia alterado o título original antes de publicá-las.

 

Outras, modifiquei alguns parágrafos, dando-lhes mais fluidez e ritmo.

 

Descobri que muitas das que estavam na lixeira poderiam ser reaproveitadas com novas roupagens literárias.

 

Assim, decidi sair da teoria e partir para a prática — e aguardar a reação dos leitores.

 

Nem tudo que reluz é ouro, mas na lixeira do meu computador espero encontrar algumas pérolas.

 

Um simples xibiuzinho já seria uma vitória.

 

Encontrei ali textos sobre a chegada do novo técnico da seleção brasileira — cujo título alterei na última revisão.

 

Embora eu raramente escreva sobre futebol, foi impossível escapar desse tema tão presente no momento!

 

Esses textos, aliás, ocupam boa parte da lixeira.

 

Sobre a velha Cuiabá e seus personagens, há tantos registros ainda não publicados que pretendo reler e preparar para futuras publicações.

 

Será uma espécie de repaginação —como um rejuvenescimento facial — sem trocar na alma do texto.

 

A leitura de um livro, como sabemos, pode ser ainda melhor na segunda ou terceira vez.

 

A primeira leitura, quase sempre, carrega uma ansiedade que precisa ser vencida antes de o leitor se deliciar plenamente com o conteúdo.

 

Conheço gente que, tamanha a pressa, começa o livro de trás para frente.

 

Alguns livros — como certos autores — são imortais.

 

As lixeiras colocadas diante dos antigos casarões cuiabanos eram reviradas por moradores de rua e pequenos animais, em busca de algo que lhes servisse: restos de comida sobretudo.

 

Lixo sugere inutilidade. Por isso, talvez, o nome tenha sido aproveitado nos computadores, designando a pasta onde se depositam os textos a serem excluídos.

 

Eu, no entanto, prefiro enviar meus textos para a lixeira do computador— onde poderão ser revistos um dia — a queimá-los no quintal, como se fazia antigamente.

 

Gabriel Novis Neves

30-05-2025




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