Bastou o serviço de meteorologia anunciar o início do inverno para Cuiabá amanhecer com o clima mudado — temperatura amena e um certo encanto no ar.
Não houve necessidade de ligar o aparelho de refrigeração, tampouco de abrir as janelas da casa.
Na sesta, o cobertor fez parte do conforto, como nos tempos da infância, da cidadezinha onde nasci.
Vou torcer para ver quantos dias durará essa lua de mel com o clima.
A cozinheira me alertou: ‘Não se esqueça de usar um casaquinho à noite’.
É comum, na primeira semana de julho, fazer frio por aqui. O frio está sempre presente nas madrugadas das missas do santo querido.
É a oportunidade para as roupas pesadas saírem dos armários.
Os amantes das baixas temperaturas sobem a serra para degustar vinhos e comidas típicas na Chapada dos Guimarães.
É comum, nesse período, a cidade serrana acordar tarde, esperando a neblina se dissipar para o sol aparecer.
Muitos eventos culturais, com shows de artistas famosos, também se fazem presente.
O inverno é um presente que a Chapada recebeu para alavancar o turismo na região.
Já o cuiabano foge do frio — especialmente do banho —, com medo de se resfriar e morrer de pneumonia.
Às vezes abre exceção para um banho de assento com água morna.
O cuiabano reclama do calor, mas no fundo, detesta o frio.
Turistas de todo o Brasil — e até do exterior — vêm experimentar o friozinho da Chapada e apreciar suas belezas naturais.
Cachoeiras, riachos, paredões com inscrições atribuídas aos fenícios, chapadões com vista maravilhosa para a cidade de Cuiabá — uma beleza incomparável ao anoitecer.
O acender das luzes de Cuiabá é um espetáculo que deve ser contemplado. Sua beleza é única.
Os santos juninos requerem esse friozinho, para manter a tradição dos arraiais — com suas procissões, danças, bebidas quentes e missas de madrugada.
Assim é o inverno cuiabano desde sempre — breve, tímido e encantador — na cidade mais quente do Brasil.
Gabriel Novis Neves
20-06-2025
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