Publicar uma crônica por dia, durante dezesseis anos, não é tarefa das mais simples.
Com esforço e inspiração, há dias em que falho. E tudo bem.
Estou encerrando uma etapa: escrevi um verdadeiro inventário dos meus anos vividos.
Registrei fatos importantes que permaneciam guardados apenas na memória — agora estão disponíveis para consultas futuras, talvez úteis a estudiosos da história regional.
Lendo um blog chamado Cuiabá de Outrora, descobri que só não me lembrava do nome da primeira Miss Cuiabá.
As demais foram minhas conhecidas, algumas até amigas.
A importância desse tipo de registro está em revelar o desenvolvimento social e econômico da nossa cidade — e em permitir comparações com os concursos de beleza atuais.
O império que nos colonizou, com seus reis, rainhas, príncipes e princesas, inspirou títulos que foram incorporados às nossas festas, civis e religiosas.
Tornou-se até carinhoso chamar nossas crianças de príncipes e princesas.
De vez em quando vale a pena vasculhar o que se esconde na internet.
Em meio ao noticiário político que ocupa quase todo o espaço, e ao Campeonato Mundial de Clubes nos Estados Unidos — que em breve termina —, sempre sobra algo curioso para alimentar uma crônica.
Li, por exemplo, que uma brasileira foi à França, mudar a cor dos olhos. Essa cirurgia é proibida no Brasil.
E há os andarilhos que atravessam o mundo a pé — muitos deles brasileiros —com apenas uma mochila nas costas.
Escalam montanhas, visitam vulcões, atravessam rios e geleiras. A aventura, para eles, é a própria vida.
Imagino as dificuldades: do idioma à alimentação.
Muitos perecem em condições que escandalizam o mundo.
E tudo isso sem esperar vantagem financeira alguma — apenas o prazer de viver no risco.
A vida é difícil de ser vivida, mais ainda de ser compreendida.
E nós, à distância, apenas observamos.
Gabriel Novis Neves
26-06-2025
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