Para os nascidos na década de trinta, viver no mundo de hoje é, por vezes, um tormento.
Tudo depende das novas tecnologias. Sem internet, a vida parece estagnar.
O romantismo de antigamente foi extirpado pelas máquinas.
As conversas nas filas dos bancos deram lugar aos aplicativos silenciosos.
Ninguém mais sai de casa para pagar contas ou trocar dinheiro.
O PIX resolve tudo — até pagamento de consulta médica. Talões de cheques viraram peças de museu.
Os táxis, tão uteis em outros tempos cederam espaço ao Uber, que sequer tem ponto fixo.
Cartas escritas à mão? Só nas aulas de português. Agora, o celular resolve tudo: mensagens, WhatsApp chamadas de vídeo.
Fotografias coloridas? Estão na palma da mão.
Jornal impresso? É lembrança do tempo do vovô.
Nada como um notebook sem falhas técnicas — quando funciona, é um alívio.
O analfabeto tecnológico não consegue sequer os empregos mais simples, como o de entregador, que precisa digitar uma nota fiscal.
Na China, já há hospitais sem médicos, enfermeiros ou funcionários.
Tudo é comandado por Inteligência Artificial — com bons resultados.
Os cirurgiões mais jovens operam com robôs.
Os antigos ainda confiam no bisturi e na tesoura.
Consultas e exames médicos são agendados por aplicativo.
Quando a internet falha, é um Deus nos acuda. O atendimento é remoto — feito por robôs.
A tendência é clara: a máquina substitui o homem.
Quem não domina o digital — como eu — depende dos outros o tempo todo.
Há sempre um problema a resolver.
Trabalho com o computador e sei o esforço que é digitar uma crônica de 300 palavras.
Quando consigo, considero uma vitória.
Recebo inúmeros e-mails — e nunca sei se são sérios ou golpes de criminosos cada vez mais sofisticados.
O progresso cobra seu preço —geralmente alto.
E muitos não conseguirão acompanhar esse ritmo impiedoso.
Gabriel Novis Neves
11-06-2025
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