terça-feira, 10 de junho de 2025

A ESPERA

 

Numa tarde de segunda-feira, com leve queda de temperatura e sem nada a fazer, resolvi contar quantas crônicas tenho para publicar.

 

Assustei-me com o número: 172!

 

Poderia ter procurado outra forma de ajudar o tempo a passar.

 

Aguardo nova consulta com o oftalmologista para aumentar o grau das minhas lentes.

 

Tenho livros que me interessam, mas as letras miúdas me impedem de avançar na leitura.

 

Os aplicativos bancários também dificultam o trabalho com suas letras microscópicas.

 

Escrevo numa tela ampliada, acoplada ao meu notebook.

 

E é assim que passo os meus dias.

 

Interessante é que o cotidiano ainda me inspira a escrever.

 

Tenho receio de repetir, principalmente os títulos das crônicas.

 

Sempre pesquiso no blog Bar do Bugre quando surge alguma dúvida.

 

Mesmo assim, notei que uma crônica escrita ontem tem o título idêntico ao de outra publicada em 2013 — embora com tema completamente distinto.

 

Um colega da universidade sugeriu que eu diversifique os assuntos, para não me tornar repetitivo.

 

Escrevo para mim e alguns amigos leitores.

 

Ao verificar as estatísticas de acesso ao blog, percebi que meus leitores não se interessam por textos sobre futebol e política.

 

Preferem biografias, histórias de Cuiabá, sua gente e manifestações culturais.

 

As crônicas sobre nosso carnaval, festas religiosas e personagens históricos sempre tiveram muito acesso.

 

Sinto prazer em escrever, como agora, numa tarde tranquila.

 

É como se meus dedos deslizassem pelo teclado, à procura da palavra exata para encaixar na frase.

 

Penso no jogo de damas — simples como meus textos.

 

O xadrez exige mais: atenção, raciocínio e controle emocional para movimentar cada peça no tabuleiro.

 

Aprendi a jogar xadrez na casa do meu avô, antes mesmo de ser alfabetizado.

 

Pratiquei por muitos anos esse nobre esporte, até abandoná-lo por não suportar a derrota.

 

Hoje, descobri uma companhia leve e fiel para meu envelhecimento: escrever sobre o cotidiano.

 

Gabriel Novis Neves

09-06-2025



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