O passado se faz presente quando a gente menos espera, e isso acontece muito comigo, no entardecer da minha vida.
Uma música perdida pelos anos, ao ouvi-la sem querer, dispara em mim saudades esquecidas.
Lembranças de um tempo que pensava que tudo fosse eterno.
Que ninguém partiria antes da hora, muito menos que tudo passasse.
Acho a velhice uma dádiva divina, mas o bom mesmo seria se ela não existisse.
Tenho conversado com psicólogos, que me encorajam a seguir em frente, pois a vida é assim.
Quantas dificuldades que enfrento, e que nunca imaginaria encontra-las tão distantes na minha estrada da vida!
Esses pequenos gatilhos, que são vida, estão a me perseguir: ora pelo som da música, escondida das minhas preocupações burocráticas, do dia a dia da longevidade.
Outras vezes sou despertado pelo aroma daquele perfume, daquele dia.
Um sussurro, que só acontece em situações especiais, e ficaram guardados nas entranhas do nosso cérebro para o resto da vida, vem à tona da minha memória com toda a sua força.
Sempre há um objeto sem valor, como a chave de um quarto de hotel, que é uma verdadeira relíquia emocional.
Reclamo sem razão desses gatilhos, que me trazem lembranças felizes de longínquas épocas.
Repetindo o refrão de ‘recordar é viver’ fico feliz em sentir tantos disparos emocionais, que é a voz do passado no presente, repleto de profundas recordações.
Olhar para trás me faz um bem danado, para quem pretende ainda muito percorrer, o que prova tão fantástica é a vida.
As vozes do passado estão disponíveis, bastando um leve gatilho para vir à tona.
A saudade daquilo que ficou para trás não me faz sofrer, e sim reviver momentos prazerosos.
E tudo passou tão rápido!
Gabriel Novis Neves
03-02-2025
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