Muitos acreditam que, com o passar dos anos, as emoções vão desparecendo.
Nosso sistema nervoso é extraordinário e, quantas vezes, ao entardecer, experimentamos uma emoção como se fosse a primeira vez.
A neurociência avança continuamente tentando decifrar esse fenômeno da vida.
Enquanto houver vida, haverá emoções.
A primeira delas nos invade ao sugar o seio materno – Freud chamou essa fase de oral.
Com o nosso desenvolvimento surgem novas emoções, atravessamos diferentes fases, até que, em um ponto distante, imaginamos que tudo chegou ao fim.
Então, surgem as mentiras que tentam sufocar as emoções, tornando-se incompatíveis com sua essência.
Tenho lido muito e acompanhado o que dizem os especialistas em emoções, especialmente os ligados à psicanálise.
Curiosamente, nem mesmo eles sabem tratá-las por completo, pois as emoções estão entrelaçadas em um labirinto de sinapses cerebrais, despertando gatilhos que nos marcam para sempre.
Nunca é tarde para buscar emoções —mesmo aquelas ainda não sentidas.
Uma conversa, uma palavra, um olhar, um gesto... tudo pode desencadear ondas emocionais até então desconhecidas.
Procurá-las é sinal de vida e de saúde.
No entanto, barreiras culturais, religiosas e educacionais podem se tornar entraves para as emoções — essa essência tão humana.
Reprimidas, elas frequentemente dão lugar a distúrbios emocionais, cada vez mais comuns, para a alegria da indústria farmacêutica.
Ansiolíticos e antidepressivos, são consumidos por uma parcela significativa da população.
Mas, mesmo na reta final da vida, certas emoções parecem estrear, sepultando um longo passado.
A medicina é uma arte, e sendo assim, sua idade cronológica segue uma lógica peculiar: quanto mais velha, melhor.
Os poetas, artistas da palavra, são aqueles que mais tentam compreender as emoções.
As despertadas por uma mulher talvez sejam as mais intensas —e paradoxalmente, as menos compreendidas.
Não raro, elas se exaurem, o que não deveria acontecer.
O surgimento de uma emoção é um presente dos céus e seu desaparecimento um mistério insondável.
Ser racional nos condena a sofrer por essas e outras questões.
E o irracional? Será que guiado apenas pelo instinto, também experimenta emoções?
Gabriel Novis Neves
11-02-2025
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