Seguramente,
o homem dos nossos dias não estava preparado para a grande revolução sexual do
século XX.
A
descoberta da pílula anticoncepcional foi o grande marco facilitador do
processo.
Não
esquecer também que, bem antes, o aparecimento do automóvel, que como meio de
locomoção individual facilitava os encontros amorosos, outrora difíceis no que
dizia respeito à logística.
Após
a grande virada de costumes, o homem, de predador, foi substancialmente
rebaixado à caça e isso, com certeza, mexeu com todos os estereótipos para os
quais ele tinha sido condicionado.
Seu
instinto de caçador, instalado no seu genoma não apenas por razões biológicas,
mas também por razões culturais, foi subitamente questionado pela presença
dessa nova mulher guerreira, insubmissa, forte e cônscia de seu papel, não só
como figura prioritária na perpetuação da espécie, mas, principalmente, como
ser determinante do tipo de sociedade que queremos construir.
A
nova mulher tornou-se poderosa pela sua capacidade de sedução, assim como pela
capacidade de questionar as suas prerrogativas existenciais.
Nova
mulher, novos conceitos, novas mães e, portanto, novos homens.
Passou
a incomodar, na medida em que, não admitindo como único papel o de governanta
do lar se imiscuiu em todas as atividades do sistema produtivo, tornando-se
assim um agregador do sistema de riquezas materiais.
Apesar
da aparente fragilidade física, provou, em todos os setores da vida pública,
até mesmo quando pertencentes às forças armadas, sua enorme capacidade
operacional, coisa até então inimaginável por nossos antepassados.
O
fato é que o homem, despreparado para a convivência com essa nova mulher, tem
reagido, como era de se esperar, de uma maneira inquietadora - ora
desinteressada, ora temerosa, ora agressiva.
Tem
sido difícil o abandono pelos homens dos conceitos aristotélicos por tantos
séculos apregoados com relação à misoginia. Segundo Aristóteles, as mulheres
eram inferiores aos homens, até porque lhes faltava um dente.
As
novas gerações já estão lidando melhor com tudo isso, já que o conceito de
macho vem mudando rapidamente.
Vítimas
de criações totalmente opostas até então às dos homens, as novas mulheres têm
sido obrigadas a apagar conceitos arcaicos de toda ordem, principalmente os
sexuais.
Isso
vem custando muito sacrifício e muito sofrimento às novas gerações que, ávidas
em eliminar as hipocrisias estabelecidas, vêm pagando um alto preço por sua
liberdade, sempre questionada pelos mais idosos e menos adaptados aos novos
tempos.
O
chamado macho alfa já não desperta o interesse outrora obrigatório.
As
novas mulheres estão se interessando por homens menos musculosos, menos
prepotentes, mais despidos de prerrogativas autoritárias, mais disponíveis a
uma relação de trocas afetivas plenas.
Um
mundo sem competições no mundo amoroso será sempre um mundo melhor para todos.
Gabriel Novis Neves
19-05-2013
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