Tenho muito cuidado em lidar com fatos históricos, especialmente nos poucos que fui protagonista.
Não se brinca com a história escrita, e mesmo a oral, como dizia Rubens de Mendonça.
A guerra do Brasil contra o Paraguai existiu, embora historiadores tenham criado vários falsos heróis do lado de cá e do lado de lá.
Isso interferiu de tal maneira, que tudo de ruim que acontecia aqui como o roubo de gado, era atribuído aos nossos vizinhos, e vice e verso.
Esse fato me fez levar, como reitor, ao Ministro da Educação da época a proposta da formação de uma comissão de historiadores entre os dois países vizinhos, para revisão dos textos escolares.
Nossos alunos da faixa de fronteira com o Paraguai, aprendiam na escola a odiar os paraguaios.
Os livros escolares paraguaios ensinavam seus filhos a querer mal ao Brasil.
Capítulos da história da guerra com os paraguaios me foi contada pelo nosso historiador Rubens de Mendonça, e pertencem a história oral, não escrita em livros.
O Imperador brasileiro D. Pedro II possuía o seu historiador oficial, Visconde de Taunay, e acredito que Solano Lopez tinha também o seu.
Até hoje essa guerra contra o Brasil é uma chaga no Paraguai.
Criamos tantos falsos heróis dessa luta, que nunca deveria ter acontecida.
Infelizmente nossos historiadores são férteis em colocarem o fato histórico no seu imaginário da visualização.
Nossa memória histórica tem que ser imutável, e não ao bel prazer do historiador de plantão.
Eles passam e a história fica, pois é impossível de ser apagada.
Certos assuntos que foram historicamente importantes em nosso Estado, jamais deveriam ser ignorados, mesmo que tenham acontecido em um local escondido e humilde.
Ou se preserva a memória histórica como foi ou ignora-se.
Em boa hora a nossa universidade criou um núcleo de documentação e informação histórica regional (NDIHR), onde abriga seu curso de graduação e pós-graduação de história, alunos, estudiosos, professores e pesquisadores.
O NDIHR é o guardião do nosso passado.
Gabriel Novis Neves
07-11-2024
* Informações da página do NDIHR no Facebook
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