segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

MEMÓRIA HISTÓRICA


Tenho muito cuidado em lidar com fatos históricos, especialmente nos poucos que fui protagonista.

 

Não se brinca com a história escrita, e mesmo a oral, como dizia Rubens de Mendonça.

 

A guerra do Brasil contra o Paraguai existiu, embora historiadores tenham criado vários falsos heróis do lado de cá e do lado de lá.

 

Isso interferiu de tal maneira, que tudo de ruim que acontecia aqui como o roubo de gado, era atribuído aos nossos vizinhos, e vice e verso.

 

Esse fato me fez levar, como reitor, ao Ministro da Educação da época a proposta da formação de uma comissão de historiadores entre os dois países vizinhos, para revisão dos textos escolares.

 

Nossos alunos da faixa de fronteira com o Paraguai, aprendiam na escola a odiar os paraguaios.

 

Os livros escolares paraguaios ensinavam seus filhos a querer mal ao Brasil.

 

Capítulos da história da guerra com os paraguaios me foi contada pelo nosso historiador Rubens de Mendonça, e pertencem a história oral, não escrita em livros.

 

O Imperador brasileiro D. Pedro II possuía o seu historiador oficial, Visconde de Taunay, e acredito que Solano Lopez tinha também o seu.

 

Até hoje essa guerra contra o Brasil é uma chaga no Paraguai.

 

Criamos tantos falsos heróis dessa luta, que nunca deveria ter acontecida.

 

Infelizmente nossos historiadores são férteis em colocarem o fato histórico no seu imaginário da visualização.

 

Nossa memória histórica tem que ser imutável, e não ao bel prazer do historiador de plantão.

 

Eles passam e a história fica, pois é impossível de ser apagada.

 

Certos assuntos que foram historicamente importantes em nosso Estado, jamais deveriam ser ignorados, mesmo que tenham acontecido em um local escondido e humilde.

 

Ou se preserva a memória histórica como foi ou ignora-se.

 

Em boa hora a nossa universidade criou um núcleo de documentação e informação histórica regional (NDIHR), onde abriga seu curso de graduação e pós-graduação de história, alunos, estudiosos, professores e pesquisadores.

 

O NDIHR é o guardião do nosso passado.

 

Gabriel Novis Neves

07-11-2024


NDIHR - Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional, da Universidade Federal de Mato Grosso, criado em 1976 pela Resolução do Conselho Diretor - CD 66/76 . Considerou-se como fundamentação básica para a implantação do NDIHR o valor da historiografia como área instrumental da educação superior numa concepção científica interdisciplinar e sistemática capaz de fornecer subsídios a outras áreas do conhecimento, além das Ciências Humanas.
O NDIHR traz em sua História o marco de pioneirismo, no processo de criação de Núcleos de Documentação existentes no país vinculados as Universidades Federais. Na UFMT ocupou função estratégica para a criação do Curso de História e exerce grande importância na atualidade para fomentar as pesquisas nos cursos de graduação e pós-graduação, especialmente, nas áreas de Ciências Sociais, Humanas e Aplicadas.

* Informações da página do NDIHR no Facebook 

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