sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

ANTIGAMENTE ERA ASSIM


Até o início da segunda metade do século vinte, os estudantes mato-grossenses, especialmente os da ‘Grande Cuiabá’, que desejavam completar seus estudos sem recursos financeiros só tinham duas opções: Seminário ou Exército Brasileiro.

 

Entravam para o Seminário e iam para Lins e Rio de Janeiro, e cursavam bacharelado em Teologia, Letras e Filosofia, sendo excelentes professores para o ensino médio, quando retornavam.

 

Outros tinham maiores ambições prestando concurso público e conhecendo o mundo.

 

Muitos cursavam Direito e retornavam trabalhando no Ministério Público.

 

Roberto de Oliveira Campos, ex-seminarista, oficialmente nasceu em Cuiabá, e muitos dizem ser do Livramento, que era distrito de Cuiabá.

 

Apesar de Nossa Senhora do Livramento ter sido fundado oficialmente em 1867, o município perdeu temporariamente sua autonomia e foi anexado a Cuiabá, até 19 de dezembro de 1953, quando se tornou um município independente.

 

Roberto Campos entrou para o Seminário e foi de tudo, de Embaixador concursado à Senador eleito por Mato sGrosso dividido.

 

Outros ingressavam na carreira militar exercendo cargos importantes e até eleitos pelo voto popular Presidente da República.

 

Como exemplos citaria o Marechal Rondon nascido em Mimoso, e considerado um dos cinco maiores andarilhos do Mundo.

 

Foi indicado para receber o Prêmio Nobel da Paz em 1957, e é o Patrono das Comunicações do Brasil.

 

No exército brasileiro chegou a patente de Marechal Sertanista, título único do nosso país.

 

Eurico Gaspar Dutra, do Grande Terceiro, bairro pobre do Porto destruído pela enchente do rio Cuiabá em 1974, é outro exemplo.

 

Foi reformado como Marechal do exército brasileiro.

 

Foi eleito Presidente da República em 1945 e perdeu as eleições em Cuiabá.

 

Com a universidade cinquentona, não há mais necessidade dos jovens deixarem o Estado para cursar o ensino superior.

 

Hoje recebemos muitos alunos de fora, como o Governador Mauro Mendes, ex-aluno de Engenharia Elétrica.

 

Em todos os setores da sociedade cuiabana e mato-grossense encontramos nossos antigos estudantes.

 

Daí comemorarmos com euforia, a data de criação da UFMT em 10-12-1970.

 

Repito sempre que foi o maior projeto social implantado com sucesso no nosso Estado.

 

O Ministro da Educação que assinou o ato da sua criação com o Presidente Médici, assim se expressou:

 

‘Vamos dividir o Poder no Pantanal’, numa alusão de oportunidade a todos os mato-grossenses de nascimento ou por opção de vida.

 

E é isso!

 

Gabriel Novis Neves

17-11-2024




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