Até o início da segunda metade do século vinte, os estudantes mato-grossenses, especialmente os da ‘Grande Cuiabá’, que desejavam completar seus estudos sem recursos financeiros só tinham duas opções: Seminário ou Exército Brasileiro.
Entravam para o Seminário e iam para Lins e Rio de Janeiro, e cursavam bacharelado em Teologia, Letras e Filosofia, sendo excelentes professores para o ensino médio, quando retornavam.
Outros tinham maiores ambições prestando concurso público e conhecendo o mundo.
Muitos cursavam Direito e retornavam trabalhando no Ministério Público.
Roberto de Oliveira Campos, ex-seminarista, oficialmente nasceu em Cuiabá, e muitos dizem ser do Livramento, que era distrito de Cuiabá.
Apesar de Nossa Senhora do Livramento ter sido fundado oficialmente em 1867, o município perdeu temporariamente sua autonomia e foi anexado a Cuiabá, até 19 de dezembro de 1953, quando se tornou um município independente.
Roberto Campos entrou para o Seminário e foi de tudo, de Embaixador concursado à Senador eleito por Mato sGrosso dividido.
Outros ingressavam na carreira militar exercendo cargos importantes e até eleitos pelo voto popular Presidente da República.
Como exemplos citaria o Marechal Rondon nascido em Mimoso, e considerado um dos cinco maiores andarilhos do Mundo.
Foi indicado para receber o Prêmio Nobel da Paz em 1957, e é o Patrono das Comunicações do Brasil.
No exército brasileiro chegou a patente de Marechal Sertanista, título único do nosso país.
Eurico Gaspar Dutra, do Grande Terceiro, bairro pobre do Porto destruído pela enchente do rio Cuiabá em 1974, é outro exemplo.
Foi reformado como Marechal do exército brasileiro.
Foi eleito Presidente da República em 1945 e perdeu as eleições em Cuiabá.
Com a universidade cinquentona, não há mais necessidade dos jovens deixarem o Estado para cursar o ensino superior.
Hoje recebemos muitos alunos de fora, como o Governador Mauro Mendes, ex-aluno de Engenharia Elétrica.
Em todos os setores da sociedade cuiabana e mato-grossense encontramos nossos antigos estudantes.
Daí comemorarmos com euforia, a data de criação da UFMT em 10-12-1970.
Repito sempre que foi o maior projeto social implantado com sucesso no nosso Estado.
O Ministro da Educação que assinou o ato da sua criação com o Presidente Médici, assim se expressou:
‘Vamos dividir o Poder no Pantanal’, numa alusão de oportunidade a todos os mato-grossenses de nascimento ou por opção de vida.
E é isso!
Gabriel Novis Neves
17-11-2024
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