Considero a casa onde fui educado, na rua do Campo; a do meu avô materno Alberto Novis, na Voluntários da Pátria; e a que habitei assim que retornei formado em medicina, na rua Floriano Peixoto, as minhas três casas.
Lá os meus três filhos viveram os primeiros anos de suas vidas.
Da casa do meu avô paterno tenho uma leve lembrança.
Quando me entendi por gente, ela tinha sido alugada para o comércio.
No governo Pedrossian ela foi desapropriada para demolição, ligando a avenida da Prainha à avenida Getúlio Vargas.
Triste destino das casas dos meus amores, transformadas em estacionamentos de veículos.
Ainda bem que nenhum de nós foi eleito Presidente da República, senão poderia se repetir o ‘fenômeno da placa da casa do Dutra’
Cuiabá foi desenhada pelos colonizadores portugueses para ser uma pequena cidade histórica, como as existentes em Minas Gerais.
Seria a capital do Estado até o progresso chegar por aqui, exigindo a construção de uma cidade moderna.
O local já estava escolhido, por ser em um altiplano, com clima ameno.
Foi Chapada dos Guimarães, com visão privilegiada de Cuiabá e belezas naturais únicas.
O governador Mário Corrêa da Costa em 1937 fez de tudo para a mudança, tão ao gosto dos cuiabanos!
Entretanto, um problema tecnológico impediu essa façanha.
Chapada não possuía rio, e sim córregos e cachoeiras.
Hoje tem a usina do Manso, responsável pela energia elétrica da capital.
Mas o desenvolvimento tecnológico chegou tarde por estas bandas, trinta e cinco anos depois, com a criação da UFMT.
A mudança tão necessária foi inviabilizada.
O atraso nos fez herdar uma cidade sem plano diretor, com crescimento desordenado.
A mudança da capital para a Chapada dos Guimarães foi um sonho de um médico ex-governador do Estado.
A cidade que nasceu no bairro do Porto terminava nos garimpos de ouro, no antigo centro Histórico.
Sou encantado com a arquitetura colonial portuguesa na construção dos antigos casarões, ruas estreitas, becos, ladeiras, tudo planejado para diminuir o calor, nunca como agora.
O antigo Centro Histórico luta ainda para manter um comércio popular, com prazo para terminar.
Perdemos parte da nossa história, patrimônio nacional.
Gabriel Novis Neves
24-10-2024
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