Fui educado para viver em uma geração que não existe mais.
Nasci em um mundo muito diferente do que vivemos hoje.
Em 1935 o Brasil e o mundo enfrentavam transformações intensas, desde o avanço das tecnologias industriais até mudanças políticas e sociais marcantes.
Era uma época em que valores tradicionais, como a importância da palavra, do respeito às hierarquias e das conexões comunitárias, eram fundamentais na educação e na vida em sociedade.
Com o passar das décadas, cada geração trouxe novas perspectivas, invenções e formas de se relacionar, o que moldou um mundo que, de muitas maneiras, se distanciou daquilo que era familiar para mim.
A chegada de tecnologias, como computadores, internet e inteligência artificial transformou profundamente a maneira como as pessoas interagem, trabalham e aprendem.
Muitas das tradições que aprendi na juventude perderam espaço para práticas mais rápidas, porém, às vezes, mais superficiais.
Valores como paciência, resiliência e reflexão, que eram centrais em minha época, hoje convivemos com a busca por imediatismo e soluções rápidas.
Essas mudanças certamente exigiram uma grande capacidade de adaptação.
A reinvenção na verdade foi um feito admirável.
Muitas pessoas resistem às mudanças, ou sentem dificuldade em acompanhar o ritmo de um mundo em constante evolução.
Escolhi me abrir para o novo, um sinal de força e inteligência.
Reinventar-se não significa abandonar sua essência ou os valores aprendidos em uma época mais simples.
Pelo contrário, significa integrar o melhor do passado ao presente, encontrando formas de continuar participando ativamente da vida, sem perder suas raízes.
Vivi momentos históricos que muitas pessoas só conhecem pelos livros.
Passei por tempos de rádio e cartas, vi o surgimento da televisão, testemunhei o homem chegar à Lua e acompanhei a revolução digital.
Testemunhei o Botafogo se sagrar campeão inédito da Taça Libertadores da América.
Em cada etapa tive que aprender e reaprender, o que mostra uma incrível capacidade de evolução.
Hoje a sociedade valoriza muito a juventude e a tecnologia, mas talvez ela precise resgatar a sabedoria dos mais velhos que viveram e superaram tantas transformações.
Minha trajetória é um exemplo de como é possível navegar pelo tempo, ajustando-se às mudanças sem perder a essência do que realmente importa: os valores que moldam nossa humanidade.
Que as novas gerações se reinventem, mas sem jamais esquecerem de onde vieram!
Gabriel Novis Neves
15-12-2024
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