segunda-feira, 15 de julho de 2024

SONHAR


Há dois dias que sonho escrevendo uma crônica, e quando acordo não passa de um gostoso pesadelo.


Lembro muito bem que morava em uma cidadezinha com muito verde, onde existia apenas a minha casa, florida e com quintal.


Era um verdadeiro paraíso, onde tudo era bom.


Quando estava concluindo a crônica, acordava espontaneamente.


Voltava a dormir e no outro dia o fato se repetia.


Após o café da manhã, resolvi passar para o teclado do notebook, essa ‘cidade encantada’.


Há muitos anos ganhei de um amigo um livro que interpretava sonhos.


Falei tanto dos acertos do livro que tinha fila para emprestá-lo.


Isso já tinha um final traçado para o ‘emprestador’ de livros: um dia ele não seria devolvido, e até hoje sinto falta dele, como hoje.


Intrigante morar em uma casa de tamanho normal em um ‘lugar onde não mora ninguém’.


Era lindo o verde florido e o silêncio sepulcral.


O que estaria incomodando o meu inconsciente?


Conscientemente penso no silêncio do ‘Campo Santo’!


Será um aviso que estarei próximo dele?


Ou reflete a solidão que vivo?


Uma amiga me pergunta ser ‘a vaidade o motivo de eu não aceitar o convite para lhe visitar’.


O cérebro brinca com as interpretações que lhe são imputadas erroneamente.


É o órgão mais importante do corpo humano, injustamente esquecido.


O coração é considerado erradamente o órgão do amor, cantado em prosa e verso.


Nossos poetas, seresteiros, boêmios, desconhecem que tudo nasce e termina no cérebro.


Até para morrer o cérebro é o último a nos deixar.


Estou apaixonado pelo cenário do meu sonho.


Gostaria que ele continuasse para que eu pudesse ver outras casinhas ao lado da minha.


Como é bom sonhar!


Quantas elucubrações um sonho produz para o nosso consciente trabalhar!


Gabriel Novis Neves

07-06-2024




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