Quando retornei do Rio de Janeiro à minha cidade natal em julho de 1964, para o exercício da profissão de médico, encontrei uma cidade beirando os cem mil habitantes.
O Estado não havia sido dividido e no ensino superior só tínhamos a ‘Faculdade Federal de Direito’.
O ‘Instituto de Ciências e Letras de Cuiabá’ (ICLC) e o ‘Curso de Engenharia Civil’, vieram depois.
A Universidade Federal de Mato Grosso foi criada em 10-12-1970, agregando a Faculdade Federal de Direito e os cursos do ICLC.
Estes eram mais voltados para a formação de professores.
Também o de Engenharia Civil, em 1968.
Os alunos dos cursos existentes foram distribuídos pelas escolas de Cuiabá.
Depois, na ‘Cidade Universitária’, do Coxipó da Ponte.
O nosso curso de medicina fora criado no ICLC, em maio de 1970, por Pedro Pedrossian e Gabriel Novis Neves.
Quando o governador Garcia Neto, afastou-se do cargo para disputar as eleições ao senado, assumiu o governo o corumbaense Cássio Leite de Barros, seu vice-governador.
Nessa ocasião Cuiabá possuía dois grandes hospitais — a Santa Casa da Misericórdia e a Maternidade de Cuiabá.
Um hospital psiquiátrico com o nome de ‘Hospital Colônia de Alienados do Coxipó da Ponte’, logo mudado por mim para ‘Adauto Botelho” em 1966.
O ‘Hospital dos Tuberculosos’ funcionando num ‘cantinho’ da Santa Casa da Misericórdia e o ‘Hospital do Pênfigo’.
Solicitei ao governador Cássio Leite de Barros um ‘termo de comodato’ entre o Governo do Estado e a UFMT, cedendo por trinta anos ‘o esqueleto do hospital dos tuberculosos’ do Estado.
Ali, seria construído o futuro ‘hospital universitário’.
Quando retornei médico, ‘os tuberculosos eram tratados internados’.
Fui designado pelo Governo do Estado a viajar em fins de 1968, aos países do leste europeu, para comprar equipamentos hospitalares e estudar o tratamento da tuberculose pulmonar.
Quando retornei da Europa foi ‘abortada’ a construção do hospital dos tuberculosos.
Seus pacientes começaram a ser atendidos, nos ambulatórios, da Saúde Pública.
Enquanto isso, o curso de medicina que iniciou a funcionar em 1980, necessitava de um hospital para treinamento dos seus alunos.
No ‘apressadinho’, foram inaugurados ‘puxadinhos’ como novo hospital universitário, na presença do reitor Benedito Pedro Dorileo.
Assim nasceu o atual HUJM que durante quarenta anos tem servido de ensino a centenas de bons médicos, obtendo a nota máxima na avaliação do MEC.
Está prestes a mudar para um moderno na estrada de Santo Antônio do Leverger.
O atual continuará com a UFMT, pesquisando doenças tropicais e ambientais, como centro de referência da região.
Exerci à docência da medicina no HUJM durante dez anos, quando me aposentei.
Guardo boas e fortes recordações desse período.
Gabriel Novis Neves
31-07-2024
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