Parece ontem, mas ingressei na Faculdade Nacional de Medicina em 1953.
Estarei contemplando em dezembro 64 anos de conclusão do curso e mais 6 anos de faculdade.
Serão 70 anos de vida médica, que chego a não acreditar.
A medicina da minha geração contava com poucos recursos auxiliares — laboratoriais de imagens e análises clínicas — para se chegar a uma hipótese diagnóstica.
As conquistas científicas ocorreram em grande velocidade pela eficiência dos nossos cientistas e universidades.
Quando criança o exame de imagem conhecido era a ‘abreugrafia’, para o diagnóstico da tuberculose pulmonar.
Os exames de análises clínicas eram os de sangue simples, urina e fezes.
Também a reação de Galli Manini para diagnóstico da gravidez.
Os médicos da época eram exímios na arte da anamnese e exame físico.
Na faculdade (1953-1960) o raio X era o equipamento de imagem por excelência e foram ampliados os exames de análises clínicas.
Não existiam UTIs nos hospitais universitários do Rio de Janeiro, e a patologia geral engatinhava.
Retornei à minha cidade natal em 1964.
A ultrassonografia pélvica foi instalada aqui em 1980.
A tomografia mais ou menos nessa época.
O fator de grande propulsão das conquistas tecnológicas foi o funcionamento em Cuiabá das três faculdades de medicina, em décadas diferentes.
Serviram de atração para que colegas qualificados de outros Estados do Brasil viessem para cá, e juntaram-se aos nossos.
A tecnologia médica está tão consolidada entre nós, que para exemplo citarei os exames de tomografia de coerência ótica, campimetria visual e retinografia colorida que fiz nos meus globos oculares.
O médico de hoje é obrigado a entender, e bem, de internet.
Sem leitura digital fica difícil trabalhar com os sofisticados equipamentos da medicina.
Alguns ‘médicos modernos’ acham desprezíveis a anamnese e o exame físico.
Chegam a pedir inúmeros exames antes das consultas.
Essa é a parte ruim da medicina.
Gabriel Novis Neves
25-06-2024
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