Quando recebo uma enxurrada de más notícias com pessoas mais novas que eu, sinto medo.
O homem é um ser finito, mas não encara com normalidade esse final de vida terrestre.
Os que possuem recursos lutam com todas as suas posses para, pelo menos, adiar o seu fim entre nós.
Aqueles que se encontram na penúria, falecem de fome ou da ausência do SUS.
Como perdi amigos mais jovens que eu neste primeiro semestre do ano!
Amigos queridos, que às vezes pude encaminhá-los na vida, ou colegas de trabalho que nos deixaram.
É muito doído essas ausências sempre prematuras!
Fico com medo dessas notícias, pensando sempre que o meu dia chegará, e o grande mistério é que não sabemos quando.
Estou isento de ‘problemas de rua’, pois não saio de casa e dificilmente serei atingido por uma bala perdida.
Minhas funcionárias, que moram em bairros afastados da cidade, me informam do perigo de estar na rua, e recebem do patrulhamento policial ordens para voltar para casa.
O ‘Comando Vermelho’, ‘instituição marginal’ que administra a bandidagem cada vez de forma mais competente, tem o controle do tráfico de drogas, prostituição e roubos.
Com a possibilidade de o Congresso Nacional liberar os jogos de azar no Brasil, do jogo do bicho ao funcionamento de grandes e modernos cassinos, a vida em Cuiabá ficará muito mais perigosa.
As instalações físicas para o Cassino estão prontas, e só falta o ato ser publicado no Diário Oficial da União para ele funcionar.
Fica situado em uma região belíssima, pródiga em belezas naturais e clima ameno, entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, às margens do Lago do Manso.
O jogo traz ‘progresso’ e ‘aumento da criminalidade’.
Tenho medo da morte morrida e da morte matada.
Ao visitar o Chile, Argentina, Uruguai, Punta del Este, México, Ilhas do Caribe e Estados Unidos da América do Norte, navios de bandeiras internacionais, sempre encontrei cassinos e brasileiros jogando.
Será que a criminalidade não existe por lá?
Um irmão me confessou satisfeito que antes de morrer quer se divertir no ‘Cassino do Manso’.
Tenho medo de tudo do ‘mundo moderno’ e já disse em crônicas anteriores que tenho medo de morrer.
Gabriel Novis Neves
21-06-24
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