Estou à espera não sei de quê.
Vago lentamente pela tecla do notebook como à procura de alguém, que não sei quem é.
É uma estranha sensação, que procuro o que não escondi.
Maluquice ou falta do que fazer?
Não é a primeira vez que isso acontece comigo.
Só à vontade intrínseca de escrever, me mantém teclando sem rumo.
O sol vai desaparecendo anunciando a noite que chega.
Da janela de frente do meu apartamento, acompanho o aparecimento da lua nova no céu cheio de estrelas.
O paisagista virá cuidar do meu jardim, mas só amanhã, pela manhã.
Serão dois dias de trabalho, segundo ele.
As lentes dos olhos que a ótica pediu, são fabricadas fora do Brasil e o prazo de entrega é de quinze dias úteis.
São duas semanas e pouco de espera sofrida.
Ainda não me foram repassados os valores dos aluguéis mensais a que tenho direito.
Espero o dia de amanhã para ser entrevistado por um veterano jornalista no seu podscat.
Eu de casa, ele do estúdio.
Espero que as histórias que certamente contarei, sejam do agrado daqueles que esperavam a entrevista.
Quem encomendou o manjar de coco com caldas de ameixa, não veio buscar e espero que venha logo antes que acabe.
Teclando verifico que à espera faz parte da vida e me lembrei como médico-parteiro, quando aprendi a esperar os bebês nascerem.
Nada mais incerto que o dia do nascimento de uma criança, só possível nos dias de hoje pelo uso abusivo do parto operatório — a cesariana!
Espero há trinta anos que a justiça mande pagar os salários dos professores da UFMT, que ditatorialmente foram sequestrados dos nossos holerites.
A espera é absurdamente prolongada, já que ganhamos o processo em todas as instâncias judiciais.
Estamos à disposição do poderoso de plantão, para que se faça justiça.
Gabriel Novis Neves
15-07-2024
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