sábado, 24 de fevereiro de 2024

BIOGRAFIAS, QUE DELÍCIA!


Dos mais variados tipos de literatura, aquele que mais me encanta nesta fase da vida, são as biografias.


O passado me desperta enorme curiosidade, dado que aprendemos o modo como a história das pessoas e os fatos foram construídos.


Com o avanço das comunicações, torna-se fácil assistir a depoimentos de pessoas que há muito nos deixaram. Por tabela, as historietas que ouvimos na infância voltam à tona.


Marchinhas carnavalescas dos anos trinta que minha mãe cantarolava antes do meu nascimento, hoje tenho acesso a elas, cantadas pelo próprio artista.


O tempo caminha, e muitas recordações se perdiam em razão da falta de registro.


Meu pai dizia que começou a namorar minha mãe por causa da marchinha ‘Taí’, gravada por Carmen Miranda, com arranjos musicais do Pixinguinha. Lá dos idos de 1930.


Com o milagre da tecnologia, ontem assisti à ‘Pequena Notável’ — conhecida assim — cantando esse sucesso nos Estados Unidos, país para o qual se mudou em 1940.


Embora tenha nascido em Portugal, ainda criança veio para o Rio de Janeiro. Adotou o Brasil como pátria.


Tenho lido e assistido a documentários do passado, hoje algo esquecidos por essa coisa que é o tempo.


Nossa Universidade Federal, já com 53 anos, está com sua memória bem comprometida.


Os atuais alunos pouco ou nada sabem sobre sua história e, até hoje, nas melhores rodas acadêmicas se lhe discute a paternidade.


Sua memória histórica está se esfarelando, perdida nos porões da irresponsabilidade com nosso passado.


Mesmo a medicina, tida como um curso imperial — já com seus 43 anos de funcionamento —, não possui um livro a contar-lhe o passado.


O que dizer, então, de outros cursos mais antigos como Direito, Educação, Letras, Economia e Engenharia Civil?


Os que a viveram desde o chão batido, estão partindo sem nada ter deixado para a posteridade.


Quanta história se perdendo na cidade universitária de Cuiabá! Seja exemplo a sede da primeira reitoria, a oca e a casa da flauta do velho Museu Rondon. Nem falo do zoológico! Em extinção!


Como seria extremamente gratificante contar a história dos prédios do campo universitário e de seus cursos! 


Ainda há tempo de recuperar o que ficou, com vista a transmitir a nossos professores, alunos e sociedade.


Por oportuno, o pensar de Santo Agostinho: ‘Ninguém ama aquilo que não conhece’.


Gabriel Novis Neves

23-2-2023




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