Enquanto
as pesquisas internacionais científicas e espaciais conseguem chegar a um
cometa através de um robô, nós aqui na terrinha mergulhamos sem rede de
proteção num mundo real de podridão política extrema.
Segundo
literatura recente, os pródromos políticos que redundaram no suicídio de
Getúlio Vargas, foram considerados o “mar de lama” da história política
brasileira.
Atualmente,
diante de nossos olhos, escancara-se, sem pudor, o maior acinte a que foi submetida
a República - quando do assalto alarmante da maior empresa do país e uma das
maiores do mundo, a Petrobrás.
Os
bilhões desviados, com a aquiescência de políticos e altos empresários, na
proporção em que aconteceu, é quase uma obra de ficção tal a sua magnitude.
Seus
protagonistas exibem rostos tranquilos, coerentes com perspectiva de punições
brandas ou nulas.
Os
suicídios frequentes em outros países, que ainda preservam valores como
honestidade e honra, não pertencem ao nosso ausente código de moral ilibada.
Que
quadrilha é essa que não mais assalta pessoas, casas, bancos, mas sim, um país
da dimensão do nosso?
Quantas
autoridades foram necessárias para corromper e maquiar durante tantos anos o
balanço da nossa outrora “menina dos olhos” da qual tanto nos orgulhava aos
gritos de “o petróleo é nosso”?
Realmente,
como combater a violência das ruas se não sabemos coibir a violência das
autoridades constituídas que nos envergonham e nos humilham perante o mundo?
Nesse
momento trágico sinto-me envergonhado de ter nascido num país que trancafia
seus pequenos transgressores famintos em masmorras infectas e desumanas e que,
simultaneamente, acoberta um dos mais altos índices de corrupção do planeta.
Fico
pasmo ao constatar os enriquecimentos súbitos, vultosos, apenas com a
proximidade dos poderes estabelecidos.
Estamos
fartos de saber que todos os esquemas políticos, sejam eles de direita, de
centro ou de esquerda, estão vinculados a falcatruas a nível mundial, mas o que
está acontecendo no Brasil foge a qualquer tipo de dimensão.
As
migalhas jogadas a título de esmolas nada mais fazem do que aumentar esse
desnivelamento social.
As
notícias do dia vinculadas pelas diversas mídias e, anteriormente, preocupação
com o mundo que nos cerca, agora se assemelham a uma ingestão venenosa, tamanha
a dificuldade com que conseguimos metabolizá-las.
Pobre
rico país!
Gabriel
Novis Neves
18-11-2014
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