Após
o segundo turno de uma tumultuada eleição presidencial, começa a se configurar
a dificuldade de governar para todos os brasileiros, e não somente para um
terço dos brasileiros vitoriosos.
Afinal,
separando os 32% de votos nulos e abstenções daqueles que não se viam
representados por nenhum dos candidatos, o terço vencedor votou em função das prerrogativas
sociais auferidas durante os doze anos do governo anterior.
Era
de se esperar que pessoas com baixa ou nenhuma escolaridade e detentoras de
benefícios sociais de vulto, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e o Mais
Médicos, optassem pela continuação desse
sistema governamental.
Até
aí, nenhuma surpresa num país com imensos bolsões de pobreza.
A
rigor, nenhum dos candidatos apresentava um plano efetivo de mudanças,
limitando-se, em sua maioria, a trocar ofensas entre si.
A
grande diferença seria na condução da política econômica, o que, na verdade,
poderia trazer um pouco mais de credibilidade
ao país, já que o modelo atual
não vem tendo o resultado esperado.
Diante
dos discursos vagos sobre mudanças, sem realmente condições palpáveis para
fazê-las, uma vez que, pelo menos, um
terço do novo Congresso eleito se apresenta sob suspeita judicial, resta-nos a
desesperança de novos avanços em prol da população - as chamadas reformas de
base, há anos postergadas por todos os governos.
O
governo eleito, cônscio da sua fragilidade, limita-se apenas a acenar com
grandes mudanças sem, no entanto, dizer como fazê-las.
Diante
das inúmeras denuncias de corrupção a serem confirmadas por delação premiada de alguns réus,
resta-nos torcer para que os culpados sejam punidos e que possa ocorrer, ao
menos, algum tipo de governabilidade.
Todos
os governantes sabem que enquanto estiver razoavelmente satisfeita a
carneirada, nenhum tipo de ameaça os afligirá.
Os
mais abastados estão sempre muito bem em qualquer tipo de sistema, sempre com
seus jatinhos prontos ao menor sinal de qualquer turbulência no país.
Já
a classe média, assoberbada pelos altos impostos e por alto grau de
inadimplência, é o bode expiatório de todos os desacertos e incompetência de governos equivocados.
Quando
ela vai às ruas em manifestações pacíficas, como aconteceu em junho de 2013,
logo é contida pela truculência policial e por arruaceiros a mando de não se
sabe quem.
Imediatamente
é sufocada, e seus anseios ficam pertencendo à história.
Dessa
forma, abandonada e desencantada, incapaz de cumprir com os seus compromissos,
segue desarvorada e pasma à espera de novos horizontes.
Nesse
“Day After”, e justo nesse momento em que o governo deve estar atento a este
estado de coisas, clamamos por um pouco de bom senso para que o país possa ser
tirado dessa apatia generalizada.
A
esperança é o que move as pessoas e sem ela dificilmente sairemos desse
atoleiro em que nos encontramos, na rabada do desenvolvimento e do crescimento
entre as nações do mundo.
Gabriel
Novis Neves
16-11-2014
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