A
medicina relata inúmeros casos de fetos gemelares univitelinos - aqueles que
são fecundados por um óvulo e um espermatozoide gerados no útero materno em uma
única bolsa e placenta.
Geralmente
são do mesmo sexo e apresentam a mesma carga genética.
Quando
adultos são muito parecidos fisicamente e, mesmo à distância, quando um deles é
acometido de algum sintoma o outro também apresenta.
É
o caso de um jovem nessas condições genéticas morando no Brasil acometido de
uma apendicite aguda e seu irmão no exterior também.
Tudo
aconteceu no mesmo ano, dia, mês e hora, embora um não soubesse o que se
passava com o seu irmão univitelino. Ambos estavam no centro cirúrgico em
terras distantes.
Assim,
como no fato descrito, conhecemos milhares de outros semelhantes em que as
dores são sentidas à distância.
A
medicina, não sendo uma ciência exata, acredita na genética para justificar
esses casos. Tudo bem.
E
como explicar dores outras que acometem pessoas sem nenhum laço de parentesco,
que não foram criadas juntas, moradoras de cidades diferentes e separadas por
milhares de quilômetros, que se conheceram tardiamente, terem essa
reciprocidade de aflições?
Nesses
casos a genética não explica, pois sentimento não é doença, mas uma sensação
subjetiva de alegria, dor, paixão, medo etc.
É,
antes de tudo, vontade incontrolável de sentir tristeza e dor que atormenta seu
parceiro à distância.
Os
espiritualistas têm suas explicações. Deixarei de discuti-las por se tratar de
religião e que deve ser respeitada.
Os
neurocientistas, tão valorizados hoje no mercado de trabalho, com certeza, têm
as suas análises que, infelizmente, desconheço.
Que
é estranha essa manifestação de sentimento, isto é.
Não
é solidariedade, que é mais um sentido moral de vínculo e ajuda mútua. Ou será?
Creio
que seja a incorporação das aflições momentâneas de alguém que estimamos muito
e que sabemos preocupados e sofrendo com situações vivenciais passageiras.
O
amigo receptador passa a “incorporar” esses problemas como se seus fossem,
sofrendo na mesma intensidade.
Em
psiquiatria aprendi que certos psicóticos leem o pensamento alheio, o que não
acontece nesta narrativa.
“O
médico que só sabe de Medicina, nem de Medicina sabe”. Tozatti
Fica
o esclarecimento para a ciência: “que é ficção científica onde a única
fronteira para a imaginação é a realidade”. Goran Hellekant
Gabriel
Novis Neves
18-10-2014
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