Com
o surgimento do “Novo Mato Grosso”, slogan do governo de transformação de Pedro
Pedrossian, “os filhos de ninguém”, finalmente tiveram vez e voz neste Estado.
Com
certeza um dos mais brilhantes dessa geração foi o economista Edson de Souza
Miranda.
Polêmico,
o inquieto aluno de Mário Henrique Simonsen, era portador de uma pressa
incomum.
“Tudo
é possível de ser realizado” – era a sua ideologia.
Como
outros da sua geração, alicerçaram o jovem governador a decisões importantes
que viabilizaram a transformação de ideais em obras físicas no velho Estado
Curral.
Tornaram-se
camaradas o baianinho de Poxoréo e o armênio de Miranda.
Pedro
brincava que na sua administração existiam auxiliares com profissões definidas
(médicos, engenheiros e advogados) e os outros chamados de “professores”.
O
professor Edson Miranda não foi apenas um pioneiro de uma nova ciência, mas
acima de tudo, um grande provocador social.
O
seu maior legado não foi a modernização que implantou no sistema fazendário do
Estado, e sim, a sua visão burocrática de como assessorar o reitor da então
recém-criada UFMT a não entregar o ouro ao “inimigo”.
Por
meses o acompanhou ao maior teatro de ilusionismo com números matemáticos para
evitar a inviabilidade da nossa UFMT.
Usou
de toda a sua habilidade técnica para evitar que se consumasse a morte
prematura de uma das melhores universidades públicas brasileiras da atualidade,
com excelente escola de medicina como referência.
O
reitor combinava fazer o papel de um alienado e ele de um economista ininteligível.
O
baianinho foi de extrema lealdade com os objetivos iniciais da UFMT.
Jamais,
em vida, teve o seu valor reconhecido pela Instituição.
Era
um andarilho com faro ligado para os cérebros aproveitáveis na nossa missão de
transformar o Estado, pela educação. Deu oportunidades a muitos jovens.
Aposentou-se e iniciou uma nova frente de trabalho, voltada sempre para o
social.
A
Rádio Comunitária do Araés, o trabalho com as crianças ensinando-lhes a
informática, o carnaval do Largo da Mandioca e, a sua permanente atividade
cultural, o tornaram muito querido, especialmente, nas camadas mais
necessitadas da nossa população.
A
sua existência terminou em um esqueleto abandonado, hoje, moderno hospital
centro de referência em ensino médico.
Nosso
baianinho de Poxoréo aproveitou todos os segundos que a vida lhe concedeu,
sempre com um sorriso de ironia.
Até,
amigo!
Gabriel
Novis Neves
16-09-2013
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