segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Baianinho

Com o surgimento do “Novo Mato Grosso”, slogan do governo de transformação de Pedro Pedrossian, “os filhos de ninguém”, finalmente tiveram vez e voz neste Estado.
Com certeza um dos mais brilhantes dessa geração foi o economista Edson de Souza Miranda.
Polêmico, o inquieto aluno de Mário Henrique Simonsen, era portador de uma pressa incomum.
“Tudo é possível de ser realizado” – era a sua ideologia.
Como outros da sua geração, alicerçaram o jovem governador a decisões importantes que viabilizaram a transformação de ideais em obras físicas no velho Estado Curral.
Tornaram-se camaradas o baianinho de Poxoréo e o armênio de Miranda.
Pedro brincava que na sua administração existiam auxiliares com profissões definidas (médicos, engenheiros e advogados) e os outros chamados de “professores”.
O professor Edson Miranda não foi apenas um pioneiro de uma nova ciência, mas acima de tudo, um grande provocador social.
O seu maior legado não foi a modernização que implantou no sistema fazendário do Estado, e sim, a sua visão burocrática de como assessorar o reitor da então recém-criada UFMT a não entregar o ouro ao “inimigo”.
Por meses o acompanhou ao maior teatro de ilusionismo com números matemáticos para evitar a inviabilidade da nossa UFMT.
Usou de toda a sua habilidade técnica para evitar que se consumasse a morte prematura de uma das melhores universidades públicas brasileiras da atualidade, com excelente escola de medicina como referência.
O reitor combinava fazer o papel de um alienado e ele de um economista ininteligível.
O baianinho foi de extrema lealdade com os objetivos iniciais da UFMT.
Jamais, em vida, teve o seu valor reconhecido pela Instituição.
Era um andarilho com faro ligado para os cérebros aproveitáveis na nossa missão de transformar o Estado, pela educação. Deu oportunidades a muitos jovens. Aposentou-se e iniciou uma nova frente de trabalho, voltada sempre para o social.
A Rádio Comunitária do Araés, o trabalho com as crianças ensinando-lhes a informática, o carnaval do Largo da Mandioca e, a sua permanente atividade cultural, o tornaram muito querido, especialmente, nas camadas mais necessitadas da nossa população.
A sua existência terminou em um esqueleto abandonado, hoje, moderno hospital centro de referência em ensino médico.
Nosso baianinho de Poxoréo aproveitou todos os segundos que a vida lhe concedeu, sempre com um sorriso de ironia.
Até, amigo!

Gabriel Novis Neves
16-09-2013 

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