segunda-feira, 7 de novembro de 2022

CADA ESTADO TEM SEUS TIPOS


Há cinco anos gravei um pequeno e curto vídeo para as comemorações dos 300 anos de Cuiabá, fundada em 8 de abril de 1719.


 O título do programa onde me apresentei era: “Cada Estado Tem Os Seus Tipos”.


Falei que tudo que eu fazia era baseado na emoção, e continuo assim.


Acho que é o caminho mais curto para encontrar soluções.


A emoção simplifica os nossos problemas que necessitam de respostas, em vez de adiá-las.


Falei da casinha pequenina em que nasci na rua de Baixo (Galdino Pimentel) em frente à Pracinha.


Da “Casa Rosa” de “seo” Chicles e dona Rosa, pais de Rosa, Leila e Janete, está graduada na 1ª Turma da Faculdade Federal de Direito, bem antes da criação da nossa Universidade Federal.


Rosa e Janete se casaram com dois irmãos libaneses que chegaram aqui para iniciarem as suas carreiras de comerciantes vitoriosos: Samir e José.


A Sorveteria do Seror, pai do conceituado médico cuiabano, Farid Seror.


O comércio de Abdala Mansur, o casarão assobradado do Foto Cháu, Cartório de “seo” João Pereira Leite, pai de Luís Philipe, cartorário, intelectual e líder religioso.


Era a entrada obrigatória para o Morro da Luz, que ficava do outro lado da ponte sobre o córrego da Prainha.


Antes de subir o morro, ficava a casa do Antônio “Petete”, figura do nosso folclore, agora esquecido.


Foi da porta dessa casinha que a minha mãe me mostrou o caminho que deveria seguir na vida quando em 1942, me indicou a direção da Escola Modelo Barão de Melgaço, na Praça Ipiranga, em frente à casa do Dr. Antônio Epaminondas.


Lá encontrei a minha primeira professorinha Aureolina Eustáquio Ribeiro - a professora Oló, que me acompanhou nos meus quatro anos do primário.


Só parei de estudar formalmente em 1960, quando me graduei em Medicina, no Rio de Janeiro pela Universidade Do Brasil.


Após três anos, retornei à minha cidade natal, e aproveitei as oportunidades que me foram oferecidas, verdadeiros desafios quando tive que trabalhar com todas as minhas emoções possíveis.


Os primeiros cargos que exerci não faziam parte do meu currículo escolar.


Nunca estudei para ser Diretor de um Hospital Psiquiátrico Estadual (1966-1968), Secretário Estadual de Educação e Cultura (1968-197) e implantar uma Universidade Federal em Mato Grosso (1971-1982)!


Meus colegas professores, Marília Beatriz e Alfredo da Mota Menezes, falam com conhecimento da minha participação no desenvolvimento do meu Estado, implantando cursos superiores em Cuiabá e em todo o Estado.


Conquistei nesses primeiros dois cargos que ocupei, um atestado de trabalho com grande aceitabilidade e honradez, que mereceu uma menção do professor historiador, Alfredo Menezes.


Segundo ele, naquela ocasião era inimaginável um curso superior aqui, e o de medicina era raríssimo no Brasil.


Quem desejasse cursar um curso superior teria que procurar o Rio de Janeiro.


Esse trabalho de construção do ensino superior foi produto da emoção e trouxe tranquilidade à todas as famílias mato-grossenses.


“Cada Estado tem seus tipos, Mato Grosso também, num Estado sem eles, vive cheios de ninguém”.


Gabriel Novis Neves

04-11-2022


Clique para abrir o vídeo 

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