Após
a última redemocratização com o frustrante desaparecimento do Doutor Tancredo
Neves, anotamos vários episódios que marcaram a nossa recente história.
Um
de seus principais personagens foi o motorista do pequeno automóvel Elba do
Presidente da República de então.
Os
anões do Orçamento. Renúncias de importantes políticos do Congresso Nacional
para prevenção de uma sumária cassação por atos ilícitos. O mensalão.
E
agora, o escândalo da Petrobras, com a geóloga Venina jogando uma pá de cal no
cadáver insepulto da ex-grande empresa.
Mulher
corajosa essa funcionária de carreira da estatal, outrora orgulho de todo
brasileiro.
De
origem humilde, essa moça, nascida no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, por
mérito pessoal, galgou os escalões superiores da dilapidada empresa de
petróleo.
Negou-se
a participar do sofisticado e engenhoso esquema de corrupção que passava pelo
seu setor de controle.
Sofreu
represálias dos seus superiores que a acusaram de traidora e covarde, segundo
divulgação dos seus emails confidenciais, encaminhados, sempre em caráter de
urgência, à alta direção da estatal.
Como
prêmio pelo seu “incompreensível” comportamento ético e coragem para alertar
seus superiores das bandalheiras existentes, foi mandada para a Ásia chefiar um
escritório da multinacional brasileira.
Lá
constatou também irregularidades nos contratos e mais uma vez fez ciência do
fato às nossas autoridades. Como resposta foi designada a deixar a chefia do
escritório para fazer um curso de especialização.
Concluída
essa etapa, veio recambiada para o Brasil e perdeu o cargo comissionado.
Assim
mesmo continuou alertando aos altos escalões da empresa sobre as inúmeras
irregularidades, cada vez cometidas em escalas crescentes.
Nada
de resposta. Ameaçada de morte entrou de licença médica.
Sua
confidencial correspondência foi divulgada por uma revista de circulação
nacional, e causou revolta nos pagadores de impostos elevadíssimos e salários
achatados.
A
sujeira inundou este país. Dias escuros
nos esperam quando a geóloga for interrogada pelo Ministério Público.
A
expectativa é de uma catástrofe com mudanças profundas no desgastado cenário
político brasileiro, com um Congresso desmoralizado e o Executivo fragilizado.
A
população, descrente dos seus líderes e instituições, exige uma solução ética,
com punição exemplar para os assaltantes do erário público.
O
que o povo almeja é, simplesmente, que a lei seja cumprida!
Gabriel
Novis Neves
13-12-2014
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