Sei
que tenho de viver intensamente o presente, pois de há muito passei do meio-dia
da vida. Para esse seleto grupo de longevos, o futuro é o hoje.
Não
ignoro meu passado, assim como o futuro será composto por sonhos a serem
conquistados ou não, durante mais de um quarto de século. Portanto, inseguro.
Pensando
bem, o presente é o hoje e o amanhã.
Se
fizermos previsões de longevidade, caímos nos chavões das pesquisas eleitorais
que nos darão uma margem pequena de acertos para mais, já que para menos não
nos interessa, por motivos óbvios.
Conheço
e convivo com pessoas da minha formação acadêmica e faixa etária que
tranquilamente administram o presente sabendo ser o futuro uma utopia.
Temos
dificuldades em esquecer que, mesmo na gerontologia avançada, ninguém ambiciona
um lindo e duradouro futuro promissor.
São
comportamentos que na prática demonstram situações difíceis de serem
compartilhadas.
De
qualquer forma, pessoas que se situam apenas no presente, dando ao passado e ao
futuro a importância que eles merecem, me parecem sempre mais leves e
pragmáticas.
O
verdadeiro é que essas posições são sempre de origem educacional e cultural,
mostrando bem as diferenças filosóficas de cada um.
Embora
reconhecendo que o nosso futuro poderá ou não ser um acúmulo de dádivas, o
enfrentamento do presente é completamente diferente para cada um.
Acabei
de participar do nascimento de uma criança.
Nasceu
em boas condições de nutrição e saúde. Ela ainda não tem passado. Vive o
presente, na certeza do futuro.
Assim
é a vida.
Sêneca
nos ensina que “aprender a viver não é mais que aprender a morrer”.
Gabriel
Novis Neves
30-11-2014
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