Com
a expansão da delação premiada a mentira voltou a ser o assunto do dia. Seu
“Santo Padroeiro” aqui no Brasil prega o “eu não sabia”.
Aposentou,
inclusive, uma antiga expressão de grande prestígio na época da “Inquisição”,
que era “jurar de pés juntos que não fui eu”.
O
ser humano mente inúmeras vezes por dia, afirmam os estudiosos em neurologia.
Muitas
mentiras não contêm maldade ou intenção de enganar.
Citarei
apenas uma: a do médico que mente ao seu paciente quanto ao diagnóstico e
prognóstico de certas patologias incuráveis pela medicina científica.
Esta
é chamada de mentira humanitária. A mentira médica tentando amenizar as dores
do paciente é mais frequente entre os latinos que saxônicos.
Sou
contra a mentira que nunca ajuda e, no caso citado, considero uma traição ao
nosso fragilizado semelhante que sabe da gravidade do seu caso e percebe que o
doutor está mentindo no seu otimismo para protegê-lo.
Mentiras
inocentes são empregadas para evitar possíveis constrangimentos.
Mas,
há as covardes, criminosas e tantas outras inventadas por esse “bicho” tão
difícil de ser compreendido que é o ser humano.
A
situação fica grave quando o mentiroso passa a acreditar nas suas próprias
mentiras.
Entre
a mentira e a ficção vivem crianças, adultos e certos profissionais como
artistas, escritores e historiadores.
Entre
os mentirosos sinceros estão os sonhadores e utópicos. Na prática suas mentiras
não funcionam.
As
pessoas mentem tanto, que a verdade parece um fenômeno exótico, arcaico,
ultrapassado. É quase um defeito no mundo atual.
Nas
Operações da Polícia Federal que varrem o território nacional, o objetivo maior
dos transgressores das leis é de enganar o povo.
No
momento o “eu não sabia de nada” está vencendo a verdade para o mal desta nação
saqueada e dilapidada na sua honra por políticos, agentes públicos e
corruptores do capital.
Até
quando a mentira será a moeda deste país?
A
sociedade civil continua como “o cego que não quer ver”.
Gabriel
Novis Neves
21-12-2014
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