Janeiro chega como um visitante inesperado.
Não bate à porta, não pede licença.
Ele aparece logo após as luzes piscantes do Natal e os ecos da contagem regressiva de Ano Novo.
Sem cerimônia, traz consigo promessas frescas e um ar de recomeço.
É um mês que respira esperança.
Suas manhãs têm o cheiro de folhas novas e suas tardes são quentes como abraços demorados.
Janeiro é o momento de sentar à mesa da vida com um café na mão e um caderno em branco à frente.
É tempo de refletir sobre o que passou e, com certa ousadia, planejar o que está por vir.
Nas cidades, o movimento recomeça.
As ruas, antes silenciosas durante as festas, ganham de volta o som dos passos apressados e dos cumprimentos entre vizinhos.
Mas, enquanto isso, nas praias, o cenário é outro: pés descalços, risos soltos e o som constante das ondas que parecem cantar sobre a eternidade.
O sol de janeiro é um convite à renovação.
Ele aquece a pele, mas também algo mais profundo, lá dentro, onde guardamos nossos desejos e sonhos.
As chuvas inesperadas, que caem sem aviso, são como lembretes de que nem tudo é controlável – e está tudo bem assim.
Virar a página do calendário é, para muitos, um ato simbólico, quase um ritual.
Deixamos o peso do ano passado na borda da estrada e carregamos conosco apenas a bagagem leve: os aprendizados, os encontros e, porquê não, os sorrisos que ficaram?
Janeiro nos dá a chance de reacender velhos sonhos e até inventar novos.
É um tempo de votos simples e sinceros: “Que seja um ano melhor”, dizemos a nós mesmos e aos outros.
Mas, no fundo, é mais do que isso.
É o desejo de que sejamos melhores. Mais leves, mais corajosos, mais generosos.
Enquanto o ciclo começa, respiramos fundo e seguimos adiante.
Janeiro nos lembra que a vida é feita de inícios, e que cada amanhecer é uma nova oportunidade de tentar, falhar, aprender e, acima de tudo, viver.
Que o mês do renovo nos ensine que, mesmo em meio à rotina, é possível encontrar magia.
Que nossos dias sejam iluminados, não apenas pelo sol, mas pela luz que carregamos dentro.
Afinal, janeiro é apenas o começo, e o restante do ano ainda é uma promessa esperando para ser cumprida.
Gabriel Novis Neves
14-01-2025
N.E.: JANUS ou Jano, o deus de Janeiro Janeiro, o primeiro mês, era dedicado a Jano um dos mais antigos deuses de Roma e sem equivalente na mitologia grega. Em sua honra, eram celebradas as januálias no começo de janeiro. Todo dia primeiro de cada mês era-lhe, também, dedicado. Jano presidia os começos: o início do ano, de uma empresa, negócio ou obra. Intervinha nas ações dos deuses e dos homens. Era o deus das decisões e das escolhas. Mas todo começo contêm, em si, o fim e por isso Jano era representado com duas faces contrapostas: uma envelhecida com barba e outra jovem. Elas simbolizavam, respectivamente, o passado e o futuro. Podia ser representado, também, com uma face masculina e outra feminina, provavelmente simbolizando o Sol e a Lua. Jano era o deus das transformações e das passagens, marcando a transição e a mudança de um estágio a outro. Dia 1º de Janeiro, “a porta que abre o ano”, continha o ano velho que se encerrou e o ano novo com todos segredos do futuro. Jano era responsável por abrir as portas ao ano novo. https://ensinarhistoria.com.br/ano-novo-1-janeiro/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues |
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