quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

JANEIRO, O MÊS DO RENOVO


Janeiro chega como um visitante inesperado.

 

Não bate à porta, não pede licença.

 

Ele aparece logo após as luzes piscantes do Natal e os ecos da contagem regressiva de Ano Novo.

 

Sem cerimônia, traz consigo promessas frescas e um ar de recomeço.

 

É um mês que respira esperança.

 

Suas manhãs têm o cheiro de folhas novas e suas tardes são quentes como abraços demorados.

 

Janeiro é o momento de sentar à mesa da vida com um café na mão e um caderno em branco à frente.

 

É tempo de refletir sobre o que passou e, com certa ousadia, planejar o que está por vir.

 

Nas cidades, o movimento recomeça.

 

As ruas, antes silenciosas durante as festas, ganham de volta o som dos passos apressados e dos cumprimentos entre vizinhos.

 

Mas, enquanto isso, nas praias, o cenário é outro: pés descalços, risos soltos e o som constante das ondas que parecem cantar sobre a eternidade.

 

O sol de janeiro é um convite à renovação.

 

Ele aquece a pele, mas também algo mais profundo, lá dentro, onde guardamos nossos desejos e sonhos.

 

As chuvas inesperadas, que caem sem aviso, são como lembretes de que nem tudo é controlável – e está tudo bem assim.

 

Virar a página do calendário é, para muitos, um ato simbólico, quase um ritual.

 

Deixamos o peso do ano passado na borda da estrada e carregamos conosco apenas a bagagem leve: os aprendizados, os encontros e, porquê não, os sorrisos que ficaram?

 

Janeiro nos dá a chance de reacender velhos sonhos e até inventar novos.

 

É um tempo de votos simples e sinceros: “Que seja um ano melhor”, dizemos a nós mesmos e aos outros.

 

Mas, no fundo, é mais do que isso.

 

É o desejo de que sejamos melhores. Mais leves, mais corajosos, mais generosos.

 

Enquanto o ciclo começa, respiramos fundo e seguimos adiante.

 

Janeiro nos lembra que a vida é feita de inícios, e que cada amanhecer é uma nova oportunidade de tentar, falhar, aprender e, acima de tudo, viver.

 

Que o mês do renovo nos ensine que, mesmo em meio à rotina, é possível encontrar magia.

 

Que nossos dias sejam iluminados, não apenas pelo sol, mas pela luz que carregamos dentro.

 

Afinal, janeiro é apenas o começo, e o restante do ano ainda é uma promessa esperando para ser cumprida.

 

Gabriel Novis Neves

14-01-2025




N.E.: JANUS ou Jano, o deus de Janeiro

Janeiro, o primeiro mês, era dedicado a Jano um dos mais antigos deuses de Roma e sem equivalente na mitologia grega. Em sua honra, eram celebradas as januálias no começo de janeiro. Todo dia primeiro de cada mês era-lhe, também, dedicado. 

Jano presidia os começos: o início do ano, de uma empresa, negócio ou obra. Intervinha nas ações dos deuses e dos homens. Era o deus das decisões e das escolhas. 

Mas todo começo contêm, em si, o fim e por isso Jano era representado com duas faces contrapostas: uma envelhecida com barba e outra jovem. Elas simbolizavam, respectivamente, o passado e o futuro. Podia ser representado, também, com uma face masculina e outra feminina, provavelmente simbolizando o Sol e a Lua. 

Jano era o deus das transformações e das passagens, marcando a transição e a mudança de um estágio a outro. Dia 1º de Janeiro, “a porta que abre o ano”, continha o ano velho que se encerrou e o ano novo com todos segredos do futuro. Jano era responsável por abrir as portas ao ano novo.

 https://ensinarhistoria.com.br/ano-novo-1-janeiro/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues




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