quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

'ANNO DOMINI' 2025


Estava louco para o Ano Novo chegar para me ver livre da tristeza de dezembro, que desperta em mim sentimentos adormecidos. 

 

Comparando ao futebol, o Ano Novo significa o recomeço de um jogo que estamos jogando. 

 

É o jogo da vida. 

 

Considerando que a cada dez anos vividos significa um gol, estou ganhando o jogo da vida de goleada de nove a zero.

 

Desejo emplacar mais um gol, para arredondar o placar e sonhar com a ‘glória eterna’ do centenário. 

 

Na minha família existe exemplos de parentes que estão próximos do centenário. 

 

Há poucos dias minha prima-irmã completou 96 anos. 

 

Na faixa dos cem anos está com boa saúde e disposição. 

 

Em 2025 entro no clube dos cidadãos centenários, lúcido, cuidando da casa e apreciando meus bisnetos crescerem. 

 

Espero viver muito sem a companhia da doença do alemão (Alzheimer), que costuma atacar os idosos e velhos. 

 

Neste janeiro começa tudo de novo, até dezembro chegar, e chega logo. 

 

Voltando ao primeiro dia do Ano Novo de 2025, existem bons motivos para mergulhar no passado. 

 

Quando criança, e até partir para estudar medicina no Rio de Janeiro em 1953, minha pequena cidade era bem diferente da atual.  

 

A criançada tinha o hábito de visitar as ‘casas de presépios’, e eram muitas, em comemoração ao nascimento de Cristo, filho de Deus que veio à Terra para nos salvar do pecado. 

 

Esses antigos presépios eram desarmados, após o dia dos Santos Reis Magos. 

 

Citarei alguns que guardo na minha memória, e eram lindos e mágicos. 

 

Começava pelo do casarão assobradado de dona Balbina Orlando, na rua Voluntários da Pátria em frente à casa do meu avô Dr. Alberto Novis. 

 

Era viúva de um rico comerciante italiano, proprietário da ‘Casa Orlando’ na rua de Baixo. 

 

Contratava artistas cuiabanos para construírem o presépio que ocupava quase metade da sua ampla sala de visitas.

 

Era uma minúscula cidade onde tudo funcionava, e seus personagens e cachoeiras tinham vida. 

 

Usava pitomba também na decoração, e a criançada enchia os bolsos da frutinha. 

 

Encantou geração de cuiabanos! 

 

Outro ficava na rua do Campo, depois da casa de Nhô Nhô de Manduca, anos depois conhecida como ‘Casa de Dona Bem Bem’. 

 

Era o presépio de ‘seo’ Agostinho de Freitas, zelador eterno da Academia Mato-Grossense de Letras. 

 

Era um lindo presépio, muito visitado, parecido ao da dona Balbina. 

 

Quase todos os bairros da Cuiabá antiga, possuíam os seus presépios, uns maiores e outros mais simples.

 

Íamos aos presépios do Porto em algazarras. 

 

Algumas igrejas da cidade tinham presépios muito visitados. 

 

Com o progresso de Cuiabá, chegou a violência. 

 

Parte dos seus moradores foram para os espigões de concreto. 

 

As casas permanecem de portas fechadas assim como as igrejas, constantemente roubadas. 

 

Em fins de 1964 retornei ao meu torrão natal, casado e com mulher grávida. 

 

Hoje meus filhos, netos, bisnetos, noras e genro se reúnem na ceia do Ano Novo. 

 

Feliz Ano de 2025, com muita saúde e felicidade, para todos. 

 

Gabriel Novis Neves

01-01-2025




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