Já escrevi bastante sobre o meu aniversário — que deixou de ser apenas mais uma data e tornou-se o marco inaugural da minha longevidade.
Saber que, daqui em diante, estarei trilhando essa nova estrada da existência me enche de esperança.
Alimenta em mim o desejo de alcançar o tão sonhado centenário.
O que antes era apenas devaneio, hoje se apresenta como doce realidade: viver até os cem anos!
Testemunhar dois séculos — o XX e o XXI — é privilégio de poucos.
Nasci durante a Segunda Guerra Mundial. Desde então assisti a muitas outras. Agora, vivo a aflição de mais uma, inexplicável e desumana: o conflito entre Israel e Irã, onde milhares de inocentes já perderam a vida.
Hospitais e crianças já não são respeitados. Mísseis são lançados à distância, como se não houvesse sangue onde caem.
As agências de notícias relatam que Israel bombardeou usinas nucleares no Irã. Em resposta, o Irã atacou um hospital israelense. Os Estados Unidos apoiam militarmente Israel.
Presenciamos, talvez, o início da Terceira Guerra Mundial — agora com armamentos atômicos.
O Irã não estará sozinho. Contará com o apoio da Rússia e de potências asiáticas.
Se a diplomacia internacional — frágil e burocrática — não for capaz de conter esse conflito, em poucos dias os mísseis nucleares destruirão nações inteiras, com consequências devastadoras para o mundo inteiro.
Escrever sobre guerras é sempre doloroso. É dar voz à ganância pelo poder que sepulta milhares de vidas.
O planeta sofre. Falta petróleo, faltam alimentos. E a diplomacia internacional, sempre incompetente, tornou-se um dos “clubes” mais caros e ineficazes da humanidade.
Raramente os diplomatas resolvem um conflito.
Num mundo globalizado, mesmo guerras distantes espalham dor e prejuízos por todo o planeta. Causam feridas irreparáveis na sociedade e na economia.
Haverá mais ricos. Muitos mais pobres. E novas guerras.
A paz — tão alardeada e desejada — continuará sendo apenas matéria de rodapé nos jornais que ainda restarem.
Vivemos cercados por falsos líderes, que se locupletam sem pudor dos cofres públicos, indiferentes ao sofrimento de seus povos.
Neste aniversário ergo um brinde à vida… mas com o coração em prece pelo futuro da humanidade.
Gabriel Novis Neves
23 -06-2025
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