O
Ministério da Educação anunciou para este ano a abertura de novas vagas para o
curso de medicina em todo o Brasil.
Só
as universidades federais oferecerão mais de 1.150 vagas. Isso significa um
acréscimo de 60%.
Em
2013, precariamente, tínhamos nos cursos de graduação de medicina nas
universidades federais pouco mais de 1.800 alunos. Para este ano, sem nenhum
investimento que esses cursos requerem, essas vagas chegaram a 2.950.
O
que dizer de um governo que assume uma postura tão irresponsável diante de um
curso extremamente complexo e de longa duração exigindo grandes somas em
recursos financeiros e humanos?
Aqui
em Mato Grosso temos funcionando quatro escolas de medicina, todas na grande
Cuiabá, onde é simplesmente sofrível o ensino fundamental e médio,
especialmente na rede pública.
Falta
espaço físico e professores. Salas de aula inadequadas. Além da carência de
bibliotecas, laboratórios e espaços de lazer.
Também
é lastimável a situação nos serviços de atenção básica e terciária de saúde,
onde não contamos com um único Hospital de Clínicas.
Mesmo
assim esses cursos terão as suas vagas aumentadas.
Mais
dois cursos de medicina deverão funcionar em centros universitários da nossa
UFMT.
Um,
na cidade de Rondonópolis, no sul do Estado, e outra em Sinop, ao norte.
Fala-se na abertura de um terceiro, na cidade de Barra do Garças, na divisa com
Goiás.
Cerca
de 300 novas vagas serão abertas em Centros Universitários Federais e em
cidades que não foram preparados para esse trabalho de formação acadêmica.
Segundo
cálculos do MEC, o Brasil alugou para os próximos três anos, cerca de doze mil
médicos cubanos para suprir nossas necessidades.
Com
esse aumento de 1.200 novas vagas, que serão traduzidas em novos médicos,
dentro de dez anos teremos um excesso de profissionais, tudo sem contar com os novos médicos formados pelas escolas
privadas, hoje em número bem superior ao das escolas públicas, que estão na
casa dos 30%.
Será
que seguiremos o exemplo de alugar médicos para os países em desenvolvimento
como o nosso?
Eles
vêm aí!
O
Brasil é mesmo um país estranho.
Gabriel Novis Neves
18-02-2014
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