Mais
conhecida como “DR”. É o terror dos homens e o sonho de quase toda mulher.
Nos
dias atuais, em que a mulher já se mostra bem menos reprimida que outrora, é
como se ela precisasse de seu parceiro
uma intimidade bem maior que aquela
somente física.
Os
homens, ao contrário, mais lineares e menos falantes, condicionados pela
cultura machista, apenas começam a se habituar ao convívio com essa nova
mulher, mais exigente nas suas demandas. Chegando sempre despreparados,
temerosos, são surpreendidos por parceiras que já tem pronto todo um discurso
muito bem preparado e fartamente discutido anteriormente com amigas.
Dessa
defasagem surgem, às vezes, situações desconfortáveis para ambos.
A
preparação do homem para essa nova companheira cônscia de sua posição na sociedade moderna tem sido
lenta e dolorosa.
Imagino,
porém, que só assim poderão surgir os verdadeiros encontros entre os sexos, já
que as gerações passadas estavam habituadas a conviver num clima de muita hipocrisia e pouca intimidade. Isso acabava
contaminando a prole, que era criada como se tudo à volta fosse um mundo de
sonhos, totalmente dissociado da realidade
dos sentimentos que emanavam daquele clã.
Com
a percepção da distância entre os pais, esses filhos cresciam sem que
ninguém se permitisse conhecimento mútuo
e, portanto, num clima de pouco amor e muito falso respeito. Isso foi o que
norteou a organização familiar durante muitos séculos.
Uma
relação praticamente de amo e senhor, que transformava a prole em simples
herdeiros.
No
mundo moderno a “DR” veio trazer uma
tentativa de um maior conhecimento de quem nos cerca, ainda que algumas vezes
com consequências que exigem a saída de
uma zona de conforto, aparentemente boa.
As
pessoas são estimuladas a discutir os seus desencontros, as suas fraquezas, os
seus desencantos, tudo visando uma relação mais verdadeira de todas as partes.
Com
a fragilidade da instituição casamento
difícil de ser administrada era imperioso que se tentassem novas fórmulas para
uma convivência mais prazerosa e menos formal, principalmente para a mulher,
até então omissa como figura.
As
habilidades da chamada “rainha do lar” já não se mostram mais necessárias nesse
mundo de alta tecnologia, onde certamente até os empregados domésticos já estão
sendo substituídos por robôs. A atual rainha do lar tem uma jornada de trabalho
inserida no mercado às vezes até maior que o homem, além das atividades
caseiras.
Finalmente,
os machos reprodutores começam a se preocupar com as fêmeas companheiras,
ansiosas por trocas afetivas de melhor qualidade.
Gabriel
Novis Neves
11-03-2014
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